Maria Monteiro
A atividade industrial na China contraiu novamente em novembro, segundo dados oficiais do Gabinete Nacional de Estatísticas (NBS) do país, o que sucede pelo segundo mês consecutivo e coloca os índices de produção sob forte pressão. O impacto da política Covid Zero e o aumento da inflação explicam a derrapagem.
Em outubro, a atividade industrial chinesa encerrou a trajetória positiva alcançada em setembro, quando o índice ficou em 50,1 pontos (em base 100), após vários meses consecutivos de contração. Além de setembro, só ultrapassou a barreira da expansão em janeiro, fevereiro e junho, quando o índice ficou em 50,1, 50,2 e 50,1 pontos, respetivamente.
Os protestos de rua manifestaram-se nos últimos dias em várias cidades da China, ao mesmo tempo que a inflação convidou os importadores a restringirem as suas compras. Com este pano de fundo, o índice composto de medição da produção, que inclui tanto a atividade industrial como a de serviços, ficou em 47,1 pontos, ante 49,0 em outubro.
Entretanto, e face às manifestações que decorrem há vários dias, as autoridades decidiram alterar os procedimentos da Covid Zero e levantar alguns impedimentos aos movimentos internos. A decisão do regime tem igualmente a ver com a reservas do FMI relativas à forma como o governo liderado por Xi Jinping está a lidar com a situação.
Por outro lado, a própria Organização Mundial de Saúde aconselhou a China a proceder, alternativamente ao fecho da Covid Zero, à vacinação em massiva dos habitantes do país – principalmente dos mais velhos. E alertou para aquilo que é cada vez mais evidente: a vacina de produção chinesa parece não assegurar graus de imunidade comparáveis àqueles que são atingidos pela generalidade das alternativas criadas no Ocidente.