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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) apreendeu 627 mil máscaras FFP, que foram importadas por entidades como a Marinha, autarquias e a Direcção Geral de Saúde (DGS). Em causa estão empresas de certificação sem competências para avaliar estas máscaras e emitir os respetivos certificados de qualidade.
É uma investigação do jornal Público que alerta para as centenas de milhares de máscaras, sobretudo FFP2 e FFP3, também conhecidas como respiradores, que foram vendidas à administração pública europeia usando certificados duvidosos, emitidos pela Entre Certificazione Macchine (ECM), uma empresa italiana que se terá tornado uma via facilitada para a chegada de máscaras chinesas à Europa.
Portugal também foi apanhado nesta teia facilitada pelo facto da pandemia ter aligeirado os procedimentos de certificação, nomeadamente do fim da obrigatoriedade da marcação CE.
Questionado sobre esta matéria, Braz Costa, diretor-geral do CITEVE, um dos dois organismos portugueses habilitados a certificar máscaras, diz que “viu ali coisas que são para tapar os olhos a quem não está atento ou não tem preparação suficiente para analisar algo deste tipo com sentido crítico”, referindo-se aos respiradores comprados por entidades nacionais e recolhidos pelo PÚBLICO para análise de qualidade.
Braz Costa explica ainda que o CITEVE não certifica respiradores já que “na Europa só há cinco centros com essa capacidade (…) [Com a pressão da pandemia] fomos todos apanhados com as calças na mão. Não aconteceu só em Portugal, mas na esmagadora maioria dos países europeus”, conclui.
De acordo com o PÚBLICO, o Organismo Europeu de Luta Antifraude abriu uma investigação relacionada com a “documentação enganosa ou falsa”, colaborando com autoridades alfandegárias na Europa e em todo o mundo.
Em Portugal cabe à ASAE fiscalizar estes dispositivos de proteção individual tendo, até ao momento, apreendido um total de 627 mil máscaras por não corresponderem aos parâmetros de segurança.