13 Abril 22
Custos da energia

Mariana D'Orey

“Apoios são curtos e vêm com atraso, mas são bem-vindos”

As medidas de apoio à indústria anunciadas pelo Governo para fazer face à escalada descontrolada dos preços da energia estão longe de satisfazer os empresários. Chegam com atraso mas são bem-vindos, dizem, enquanto procuram alternativas e ajustar poupanças.

“Não sabemos como vai funcionar mas sabemos que os apoios são curtos e vêm com algum atraso”, considera Paulo Melo, CEO da Somelos. “Um dado positivo é o facto destes apoios passarem pelo IAPMEI porque passando pela banca tradicional demora sempre muito mais tempo”, acrescenta.

A traçar um cenário igualmente difícil, sobretudo com a fatura do gás que aumentou cinco vezes em relação a 2021, também a Riopele diz que estes apoios chegam um pouco tarde, mas “são sempre bem-vindos”. José Alexandre Oliveira, presidente da empresa, considera que “apesar de virem um pouco tarde, o que se compreende dado a conjuntura do país, estes apoios são sempre bem-vindos e podem ser uma importante ajuda para aliviar esta situação difícil com que temos de viver”.

Ainda sem saber como se vão operacionalizar estes apoios também Ricardo Silva, CEO da Tintex, diz “estar expectante”, enquanto põe a tónica nas alternativas e estratégias de poupança. Quanto aos apoios anunciados, diz ter ainda “necessidade de estudar” os moldes em que vão ser aplicados.

“Temos contratos de eletricidade e gás a longo prazo, pelo que apesar de tudo a nossa situação não é assim tão dramática. O contrato do gás termina agora no final de Abril e por isso vamos ter agora dois meses complicados. Em todo o caso já estamos a antecipar o problema e fizemos investimentos nomeadamente em biomassa que arrancará já em Julho”, explica.

A empresa tem também adotado medidas de redução do consumo de gás, como por exemplo através de sistemas de recuperação de calor entre os processos. “O nosso principal objetivo é reduzir o consumo de gás ao máximo”, sintetiza Ricardo Silva.

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