14 abril 20
Lanifícios

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ANIL aponta já à próxima estação e quer apoio do Governo

Com as coleções outono/inverno em armazém, por impossibilidade de entrega ou cancelamento de encomendas, a ANIL entende que é preciso olhar já para a próxima estação. Mas para isso a indústria vai precisar dos apoios do Governo para a aquisição de matérias-primas.

“A coleção outono/inverno não foi entregue. Esta estação já desapareceu, os armazéns estão lotados com excesso de stock. Se não vendi esta estação, como é que vou comprar matéria-prima para fazer a seguinte? Há apoios do Estado de que a indústria vai necessitar”, expõe o presidente da ANIL, José Robalo (foto), citado pela agência Lusa.

Com uma produção quase na totalidade destinada aos mercados externos, o líder da Associação Nacional de Industriais de Lanifícios explica que as empresas não conseguiram entregar os tecidos porque os clientes foram fechando portas nos vários países, quer as confeções, quer as lojas.

“O impacto faz-se sentir desde fevereiro, altura em que algumas empresas começaram a notar dificuldades no abastecimento da lã, uma vez que a maioria é proveniente da Austrália, mas a sua lavagem é feita na China”, diz ainda José Robalo para explicar a sucessão de acontecimentos.

Seguiu-se “uma redução drástica nas encomendas, que é geral”, devido à incerteza que se vive. “As encomendas começaram a ser anuladas nuns casos, suspensas, em outros casos adiadas”, conclui o presidente da ANIL.

Agira mas “o futuro é uma incógnita”, num setor que, segundo José Robalo, exportou em 2018 (últimos dados oficiais) cerca de 300 milhões de euros, sendo à volta de 200 milhões a partir da Cova da Beira, onde está instalado o maior exportador do setor, o Grupo Paulo de Oliveira.

Com a coleção outono/inverno já sem solução, é por isso urgente avançar para a próxima. Com a receita perdida, as empresas necessitam de adquirir matéria-prima e José Robalo é taxativo: “Há apoios do Estado de que a indústria vai necessitar”.

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