Bebiana Rocha
Para a A. Ferreira & Filhos a sustentabilidade já é uma questão estrutural, a empresa liderada por Noel Ferreira acredita que o sector será mais transparente no futuro em parte devido às exigências impostas pela União Europeia. “A tendência é que daqui a cinco anos, quando comprar uma peça de roupa, ela tenha um bilhete de identidade, assim vai saber-se em concreto a peça que se tem vestido, quanto se gastou em água e energia e de onde veio o algodão, no caso de ser em algodão”, diz o administrador em entrevista à Rádio Vizela, abordando a questão do passaporte digital de produto.
Da sua experiência de mercado, os franceses são os mais exigentes no toca à compra de produtos sustentáveis: “A França é o país mais extremista nesse aspeto da sustentabilidade, para eles é quase decisivo”, diz, não excluindo o peso do preço. Os esforços da empresa no sentido da poupança máxima de recursos já se iniciaram, por exemplo, com a aquisição de máquinas de lavar que utilizam menos água: “ninguém nos impôs que temos de gastar x litros de água, no entanto, o nosso caminho é poupar água”, realça Noel Ferreira, mostrando sentido de iniciativa.
O foco da empresa passa também por explorar o potencial da reciclagem. “Agora temos a preocupação de pôr uma composição 100%, porque se for 100% dá para reciclar, enquanto misturas, vou dar o exemplo da clássica mistura lã, viscose, poliamida e caxemira, são quatro componentes, fazem um fio fantástico, mas para reciclar é má porque não é nem uma coisa nem outra”, explica à rádio local.