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O Ethical Award atribuído em 2018 pela Première Vision é a prova dos nove de que a aposta verde da Sidónios já é uma coisa madura – não é por acaso que o grupo de Barcelos é o maior fabricante europeu de malhas circulares feitas com cupro, uma fibra 100% ecológica produzida a partir das sementes do algodão.
“O cupro é uma fibra celulósica regenerada da Natureza, que aproveita desperdícios da produção de algodão e é completamente biodegradável. Usando cupro planta-se menos algodão, poupando-se assim muita água. O planeta fica a ganhar”, afirma Sidónio Silva, 57 anos, que em 1984 fundou a Sidónios em parceria com o pai.
A aposta no cupro (um fio japonês produzido pela Asahi Kasei) é parte integrante da política de sustentabilidade e respeito pelo ambiente da Sidónios, que está em completa sintonia com as atuais preocupações verdes dos consumidores e as crescentes exigências das marcas.
“Hoje em dia, muitas marcas já estabelecem objetivos aos seus fornecedores, relativamente ao uso de matérias primas orgânicas ou recicladas, bem como tectos quanto aos consumos de água ou produtos químicos”, revela Sidónio Silva.
“As boas práticas ambientais são cada vez mais determinantes na seleção dos fornecedores”, acrescenta o líder do grupo Sidónios, que compreende duas empresas – a Malhas e a Tech (especialista seamless), que no seu conjunto empregam 155 pessoas e devem fechar este ano com um volume de negócios próximo dos 20 milhões de euros.
É este foco na sustentabilidade que faz com que a Sidónios Malhas esteja a estudar cuidadosamente o sistema energético que alimentará a sua nova secção de tinturaria e acabamentos – e levou a Sidónios Tech a instalar cerca de 400 painéis fotovoltaicos.
“Nos picos dos dias de sol já somos completamente autónomos. Como também recorremos a fornecedores de energia em base renovável, 100% da energia que usamos seja verde”, garante Sidónio Silva.
As malhas feitas com cupro são apenas um dos muitos exemplos da oferta sustentável do grupo de Barcelos, que se orgulha de ser um dos maiores clientes de um grupo italiano que produz linho – e usa cada vez mais outras matérias primas verdes, como o bambú, os liocéis e poliesteres reciclados.
“Há que ter cuidado, pois há por aí gente a vender gato por lebre”, alerta o líder da Sidónios que está a homologar na Lenzing fios que são 70% liocel e 30% refibra (fibra 100% algodão feita a partir do desperdício do corte nas confecções) e também de refibra com linho; e de refibra com algodão.
Respeitar o ambiente não implica necessariamente fazer concessões no capitulo da qualidade, até porque comprar menos, mas comprar produtos de maior qualidade e durabilidade é um dos mandamentos do novo cânone do consumo.
“Se queremos um produto de qualidade não podemos usar uma percentagem muito elevada de algodão reciclado. Para termos segurança, optamos por misturas, com 30% a 40% de algodão reciclado combinado com ramas virgens”, conclui Sidónio Silva, um empresário verde satisfeito pelo progresso que toda a fileira tem feito neste domínio: “Já há poliésteres reciclados com qualidade muito semelhante à do original”.