T42 Abril 19
Empresa

Da moda gay para os fatos de banho e desporto

Criada por Filipe Marinho, a FLM começou a ser apenas uma empresa comercial, mas rapidamente percebeu que para crescer precisava de pôr as mãos na produção. Há cerca de um ano, a empresa de moda íntima assumiu o controlo de uma confecção em Guimarães e desde aí tem vindo a trilhar novos caminhos. "Especializámo-nos no segmento gay, um nicho de mercado particularmente exigente" conta o fundador da empresa, que agora se prepara para entrar nos fatos de banho e no vestuário desportivo.

T

O primeiro emprego de Filipe Marinho foi a vender toalhas, no departamento comercial da fábrica do Castanheiro, rentabilizando assim a fluência em inglês adquirida no curso do Instituto Britânico, feito em Guimarães.

Mas o empreendedorismo que fazia parte da sua herança genética (o pai tinha um negócio na industria vidraceira) acabou por falar mais alto e não tardou a vermo-lo estabelecido como agente de representação de bordados e materiais para a indústria de lingerie.

O mergulho na moda íntima fez dele visita frequente das feiras da especialidade, como a SIL (produto acabado) e a Interfilière (materiais), em Paris e Lyon, até que conheceu os catalães da ES Collection, que confeccionavam em Portugal as suas coleções de roupa interior e de fatos de banho, com bastante saída no segmento gay. Foi o início de uma bela amizade.

No início da década, Filipe abandonou as representações e passou a assumir a responsabilidade pela produção – comprava as matérias-primas e subcontratava e controlava as operações de corte e confecção.

Aos poucos, foi somando outros clientes à ES Collection, e tudo corria às mil maravilhas até que começou a enfrentar um problema de difícil resolução. “Comecei a sentir uma enorme dificuldade em contratar pequenas quantidades e produtos de nicho”, explica o empresário que foi buscar três consoantes do seu nome para a razão social da empresa.

Filipe sabe que nem sempre o sol brilha – também há dias em que a chuva cai. Mas sabe também que os problemas são para se resolver – e não para apenas os contemplar e equacionar.

“Percebi que tinha de ter produção. Ser só comercial não chegava”, conclui o fundador da FLM que há cerca de um ano assumiu o controlo de uma fábrica de confecções em Guimarães investindo cerca de 100 mil euros no seu reequipamento, em particular em maquinaria de sublimação e design gráfico para a área desportiva.

A FLM trabalha em regime de private label, apresentando-se como uma empresa que tem uma plataforma de soluções têxteis com uma amplitude de 360 graus, que põe ao serviço das marcas dos seus clientes.

“Especializamo-nos no segmento gay, um nicho de mercado muito interessante particularmente exigente, de trend setters, com muita sensibilidade para as questões de moda”, conta Filipe.

Com uma equipa multidisciplinar de 22 pessoas, a FLM encarrega-se do design e todo o desenvolvimento do produto, que pretende seja cada vez mais técnico e funcional, apresentando amostras personalizadas a cada cliente.

“Estamos a diversificar para os fatos de banho e o desporto, para homem e senhora, pois as máquinas de costura que usamos para a moda masculina nos permitem isso. Vamos apostar muito no ioga e na roupa mais técnica para desporto”, explica o fundador da FLM.

A empresa, que planeia ampliar ainda este ano o seu parque de máquinas, prevê fechar o ano com um volume de negócios de 1,35 milhões de euros, que em velocidade cruzeiro deverá chegar aos cinco milhões de euros.

A Empresa

Avenida da Indústria lote 10
Brito
4805-019 Guimarães

O que faz? Fabrica moda íntima masculina, em particular para o segmento gay, em regime de private label Diversificação Fatos de banho (homem e senhora) e fatos para desporto cada vez mais técnicos Trabalhadores 22 Volume de negócios 1,35 milhões de euros (previsão para este ano)

Partilhar