3 abril 17
Roupa para bebé

T

Wedoble quer crescer 50% ao ano até 2019

A António Ferreira & Filhos (AFF) quer a Wedoble a crescer ao ritmo de 50% ao ano até 2019, ano em que espera vender 200 mil peças da sua marca própria de roupa para bebé. 

Só à primeira vista é que este objetivo pode parecer demasiado ambicioso, uma vez que as vendas para o Inverno 17/18 fecharam com um crescimento de 62% sobre as da anterior estação fria. E no último Verão, as vendas da Wedoble foram 50% superiores às do mesmo período em 2016.

A Wedoble pesa de 20% nos quatro milhões de euros que são o volume de negócios desta empresa têxtil, que emprega 74 trabalhadores na sua fábrica em Vizela. As mantas, de lambswool ou 100% algodão, representam 60% da faturação da AFF, correspondendo os restantes 20% à venda, em regime de private label, de roupa para homem, senhora, bebé e criança.

“Somos muito polivalentes”, explica Noel Ferreira, 52 anos, engenheiro com dois cursos (Engenharia Têxtil, feito em Tournai, na Bélgica, e Engenharia Industrial, pela Lusíada, em Famalicão) e administrador da AFF com o pelouro comercial.

A empresa tem em curso um programa de investimentos que contempla a aquisição de três novas máquinas até ao final do ano, o que baixará para 15 anos a idade média do seu parque industrial. Também acaba de renovar o seu site, onde estão à venda as peças mais simples da colecção Wedoble – que também estão disponíveis numa plataforma de venda online britânica.

Itália é, a par de Portugal, o mais importante mercado do Wedoble, o que leva Noel a gracejar: “É mais ou menos o mesmo que exportar bananas para a Madeira”.

Fundada por António Ferreira – um serralheiro mecânico que andou emigrado na Bélgica e em França, e foi encarregado de manutenção na Garça Real antes de se estabelecer por conta própria -, a AFF evidenciou a sua vocação exportadora desde os seus primeiros passos.

“A nossa primeira encomenda a sério veio da Alemanha”, recorda Noel, o terceiro dos quatro filhos do fundador, acrescentando que o grande sucesso da Wedoble no mercado interno é responsável pelo recuo, para um pouco mais de 90%, do peso das exportações no volume de negócios da empresa.

Face ao êxodo massivo de clientes para a China, registado nos primeiros anos deste século, a AFF procedeu a uma profunda reflexão estratégica, com a ajuda da Kurt Salman, e concluiu que devia apostar na produção de mantas e no lançamento de uma marca própria de roupa infantil. 

“O fio e as máquinas custam mais ou menos o mesmo na China e em Vizela. Uma camisola leva 500 gramas de fio e incorpora muita mão de obra. Uma manta leva um quilo de fio e exige muito menos mão de obra”, explica Noel.

Em 2005, a AAF apresentou a primeira coleção da Wedoble, uma marca em que não foi nada foi deixado ao acaso no processo de preparação e desenvolvimento  A começar pelo segmento escolhido (0-2 anos), com foco especial nos doze primeiros meses de vida (o período em que o bebé está deitado), e a acabar no seu conceito e identidade.

“A Wedoble é uma marca tranquila, nada exuberante, sem bordados nem estampados. Não temos gangas. Apostamos essencialmente na qualidade, suavidade e funcionalidade. A nossa preocupação é o conforto do bebé. O nosso alvo é a mãe”, conclui Noel.

Partilhar