24 agosto 20
Exportações

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Textil português tem a maior vantagem comparativa na UE

A indústria têxtil portuguesa deve aproveitar a retoma para substituir nos mercados europeus grande parte das importações até agora oriundas de países extracomunitários. A recomendação, em jeito de incentivo, vem de um estudo do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia, que conclui pelo excelente posicionamento das nossas empresas: “Portugal tem a maior vantagem comparativa revelada na União Europeia”, diz o documento do Governo, que aponta para um mercado que representa mais de 40 mil milhões de euros.

Elaborado com o objectivo de identificar sectores que podem aproveitar a retoma da crise para crescer dentro do mercado comunitário, o estudo aponta para um conjunto de dez áreas, com destaque para os têxteis, vestuário e calçado. Citado este sábado pelo jornal Dinheiro Vivo, o estudo indica que “foram identificados dez sectores cujo valor acrescentado bruto (VAB) exportado representa actualmente 54% de todo o VAB da economia portuguesa”.

São actividades “em que Portugal tem clara vantagem competitiva em relação aos concorrentes europeus”, podendo por isso “captar mais facilmente oportunidades de acréscimo de procura nos mercados da EU em substituição dos fornecedores de origem extracomunitária”.

No caso dos têxteis, o estudo refere que o mercado da UE absorve já cerca de metade das nossas exportações e que neste sector “Portugal tem a maior vantagem comparativa revelada na União Europeia e pode no curto prazo aproveitar a oportunidade para abastecer mercados comunitários não especializados, substituindo os respectivos fornecedores extracomunitários”.

O estudo do ministério tutelado por Pedro Siza Vieira destaca que, dentro da EU, o nosso país é o quinto maior exportador em valor – após Itália, Espanha, Alemanha e França – e que o conjunto de potenciais clientes no mercado intracomunitário, composto por 22 países, comprava até agora a países terceiros cerca de 42 mil milhões de euros. Ou seja, “um valor quase 15 vezes superior às exportações portuguesas”.

Como enquadramento, o documento elaborado pelos economistas Guida Nogueira e Paulo Inácio refere ainda que no espaço comunitário Portugal concorre com outras economias especializadas como Roménia, Itália, Bulgária e Lituânia na captação destas exportações, “mas nenhuma supera a nossa vantagem competitiva”. É que além da “forte visibilidade e orientação para os mercados externos”, o têxtil português tem já “forte presença no mercado europeu e apresenta uma capacidade instalada capaz de responder ao desafio da procura crescida”.

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