03 Outubro 2017
Euratex

José Augusto Moreira

Têxtil é exemplo para a Europa, diz o ministro da Economia

A indústria têxtil cresceu 44% nos últimos oito anos, Portugal é um caso de sucesso olhado por todo o mundo, e isso deve-se ao mérito dos industriais, dos trabalhadores e dos centros de investigação. “Parabéns e tudo de bom!” Foram particularmente elogiosas e de incentivo para os agentes da ITV nacional, as palavras do ministro da Economia na abertura dos trabalhos da 6ª Convenção Euratex, a Confederação Europeia das Indústrias do Têxtil e do Vestuário, que durante o dia de hoje reúne no Porto.

Como que a mostrar que a ITV nacional está há muito alinhada com a eficiência e rigor do centro da Europa, à hora marcada já todos os intervenientes estavam sentados nos seus lugares e ainda antes de decorrido o primeiro minuto estava aberta a sessão e feitas as apresentações. O ministro, Caldeira Cabral, foi também apresentado como professor  universitário de economia, enquanto o presidente da CCDR-N, Freire de Sousa, via destacado o seu currículo como especialista em internacionalização e comércio internacional. Gente do meio, portanto.

Além de destacar o “impressionante caminho de sucesso” que tem feito a ITV nacional nos últimos tempos, o ministro explicou aos congressistas – vindos dos mais diversos pontos da Europa – que isso “é não só importante para Portugal mas também para a União Europeia”.

Em inglês, e num fluente improviso, Caldeira Cabral voltou à pose de professor para explicar aos congressistas que aquilo que tem feito a têxtil portuguesa “mostra que é possível ser competitivo no mercado global produzindo na Europa”.

“Depois de ter batido todos os recordes no último ano, continua a crescer. Não só na Europa mas também nos EUA”, sublinhou o ministro destacando tratar-se de um crescimento que tem por base “o aumento da qualidade e o incremento técnico e tecnológico”. O papel dos centros de investigação e a qualificação dos trabalhadores foram igualmente realçados. Neste particular, o governante referiu especificamente “a importância de trabalhadores mais qualificados” e “o importante papel desempenhado pelo CITEVE na melhoria da qualidade e avanços técnicos no sector”.

È muito por aqui que se explica o sucesso e crescimento da ITV nacional, um sector que esteve por muitos condenado depois da abertura das fronteiras ao comércio internacional. “A ITV portuguesa soube resistir, ser competitiva no aspecto técnico e adaptar-se ao modelo global. Hoje a têxtil portuguesa é muito mais que moda e vestuário e boa parte dos seus clientes estão é sector de ponta da tecnologia, com o é o caso da indústria automóvel ou aeronáutica”, expôs Caldeira Cabral.

Concluindo que “a indústria têxtil mudou muito nos últimos 30 anos mas vai mudar muito também nos próximos tempos”, o ministro quis deixar uma mensagem. “Só pode ser muito positiva, não só para Portugal como para a Europa: Parabéns e tudo de bom”, rematou.

Palavras “fortes e encorajadores”, como disse o speaker da sessão, que se seguiram à caracterização de uma região “com uma grande história e tradição industrial”, deixada pelo presidente da CCDR-N. “A região Norte é o coração industrial e económico de Portugal e as estatísticas europeias dizem que continua a ser das mais industrializadas da EU”, sublinhou Freire de Sousa, para destacar a decisiva importância da postura de resiliência da indústria nortenha nas mais recentes crises. “Foi, mais uma vez, a indústria do Norte a adaptar-se às regras da globalização. 60% do emprego criado depois da crise da dívida e das regras da troika foi na região Norte e isso é fruto do papel dos seus industriais, com evidente destaque para o sector do têxtil e vestuário”, vincou Freire de Sousa.

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