22 Fevereiro 2018
Modtissimo

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Tendências para Verão 2019 provocam sobrelotação

Não foi um auditório com lotação esgotada, foi mais do que isso – foi mesmo sobrelotado, com pessoas sentadas nas escadas e com os 110 lugares sentados todos ocupados, que acolheu esta quinta-feira Isabel Mesa, directora da WGSN para Portugal e Espanha, na apresentação das tendências para a Primavera/Verão de 2019 do vestuário para mulher.

Incluída no programa das tendências emergentes que decorre no âmbito da 51.ª edição da Moditissimo, esta apresentação reuniu na verdade perto de duas centenas de pessoas, desde empresários, a estilistas, passando por estudantes de design e da Escola Profissional Cenatex de Guimarães, que assistiram a uma exposição sistematizada e esquematizada, com projecções de slides de peças de vestuário, de paletas de cores e dos temas inspirativos.

Isabel Mesa conseguiu prender sempre a atenção da plateia, começando por apontar uma macrotendência assente no princípio reacção/acção, que se traduz depois em três orientações criativas – as reactivações da comunidade, do corpo e da própria criatividade.

Como contraponto ao proteccionismo e a alguns valores que marcam a sociedade actual, Isabel Mesa apontou a recuperação dos valores de uma vida em comunidade, que se traduz depois em peças de vestuário que são feitas usando técnicas artesanais, mas “não necessariamente nostálgicas”. No fundo, sublinhou, traduz-se numa “estética do campo” que tanto pode ser inspirada “na inocência campestre” como em referências indígenas e artesanais dos american natives.

Em termos práticos, no vestuário exibido o algodão era misturado com tricot, surgindo com estampados de flores do prado ou, noutros casos e utilizando técnicas diferentes, se usavam sedas também estampadas com flores e com botões forrados.

Na segunda orientação, a da reactivação do corpo, “a recuperação do contacto com a beleza da imperfeição” surgia como resposta a uma sociedade marcada por “deadlines absurdas, consumismo, redes sociais e o mundo digital”. E a beleza dessa imperfeição passava por temas como a inatividade e a intimidade, que se traduzia depois em estampados com influências psicológicas, que sobressaía em roupas de descanso largas e cómodas, noutros casos em vestuário feito com tecidos translúcidos, ou também com padrões inspirados em temas da biologia como as células e os micróbios.

Dedicada à reactivação da criatividade, a terceira orientação surgia mesmo como uma espécie de manifesto criativo dirigido a mulheres que têm “o instinto de sobressair, de causar impacto, de serem um contraponto à timidez”.

As peças de vestuário mostradas surgiam com detalhes desconstruídos, isto em artigos clássicos de vestuário para mulher. Outras peças inspiravam-se no Punk com inscrições de frases afirmativas, como havia ainda outras feitas com tecidos com estampados abstratos ou pictóricos. Como flashes inspiradores surgiam as spice girls, a sátira erótica e as frases de protesto.

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