António Moreira Gonçalves
“Se hoje não receber qualquer cliente, mesmo assim faço um balanço positivo”. Ainda com o último dia da Première Vision pela frente, João Anjo, CEO da Anjos e Lourenço, mostrava-se satisfeito com a estreia em Paris e os contactos para potenciais negócios com clientes dos EUA, Japão e França, sobretudo atraídos pelo vestuário com tingimentos naturais e acabamentos mais técnicos.
Especializada na confecção em regime Private Label, a têxtil de Barcelos apresentou na feira uma nova gama de peças sustentáveis, orientadas sobretudo para a moda, sportswear e fitness. “80% dos nossos visitantes passaram por estes artigos o que motivou muita conversa e troca de contactos”, congratula-se João Anjo. Neste segmento, o vestuário submetido a processos de tingimento naturais – conseguidos a partir de extratos de plantas e menos lesivos para o meio ambiente – foi o maior destaque.
Mas também acabamentos mais técnicos, como o retardante de chama, repelente a insectos, água e óleo ou anti-fricção foram cativando os potenciais compradores. “Recebemos a visita de franceses, ingleses, japoneses e também norte-americanos. Basta que um se concretize em encomendas para a feira já ter valido a pena”, garante o responsável pela empresa.
Japão e Estados estão entre os destinos que a empresa vê como prioritários. Atualmente a Anjos & Lourenço destina a maior parte da sua produção para os mercados europeus, mas o objetivo a médio-longo prazo passa por diversificar para novas geografias. “A Europa apresenta muitas oscilações, como é o caso do Brexit ou o mercado alemão, que parece estar a entrar em recessão. Será importante para nós conseguir aumentar as vendas para os Estados Unidos, para o Japão e até para os países nórdicos que apresentam maior estabilidade”, explica.
A celebrar 30 anos de atividade, a Anjos & Lourenço conta com uma equipa de 60 pessoas e um volume de negócios na ordem dos sete milhões de euros.