04 outubro 19
Design

T

Susana Bettencourt e Vestire numa parceria win-win

A parceria da Vestire com Susana Bettencourt é uma peça fundamental da busca do futuro pelo grupo industrial de confecção de malhas tricotadas liderado por Manuel Jorge, que integra seis fábricas e fechou 2018 com um volume de negócios de 14 milhões de euros – e que deverá aumentar este ano.

Tudo começou há cerca de um ano e meio, quando Susana Bettencourt foi bater à porta da Vestire, desesperada por não encontrar quem lhe confeccionasse as peças. “Tinha prazos de entrega a cumprir”, explica.

A primeira resposta foi negativa, mas a designer tanto insistiu, alegando que tinha as fichas todas preparadas e só precisava de tempo de máquina – dois dias, três no máximo – que conseguiu chegar à fala com o líder do grupo fundado há 47 anos.

Manuel Jorge disse a Susana para voltar à tarde e no entretanto mostrou as fichas de produção que a designer lhe deixara a um técnico da fábrica, que confirmou o que ela garantira –  o trabalhinho estava tudo feito,  só faltava mesmo tempo de máquina.

À tarde, Manuel Jorge propôs a Susana uma parceria. Ela precisava de quem lhe confeccionasse as peças. A Vestire precisa de uma coleção para mostrar nas feiras internacionais as suas capacidades no capitulo do manufacturing. Porque não juntar a fome à vontade de comer?

Susana, que não era estreante nesta coisa de parcerias (tem uma com a SMBS no âmbito do fabrico de fios) agarrou a oportunidade com ambas as mãos. Aquela tarde foi o início de uma bela amizade, que já vai na terceira coleção, apresentada na Munich Fabric Start.      

“Está a correr muito bem. Estamos a vender quantidades pequenas – 500 a mil peças por modelo – , mas com muito valor acrescentado, para nichos de mercado”, conta Susana Bettencourt, que há um ano, após o Portugal Fashion, mudou o seu centro de gravidade de Famalicão para Guimarães, onde tem o atelier e uma loja aberta no Salgueiral.

Inditex, Zippy e Mo são os maiores clientes do grupo Vestire, que vê nesta parceria com Susana uma oportunidade para preparar o seu futuro, atenuando a dependência face aos grandes grupos e apostando num segmento mais alto do mercado.

“Se a parceria com a Susana Bettencourt continuar a prosperar, encaramos a hipótese de  especializar uma das nossas fábricas na produção para a gama alta”, revela Hélder Soares, comercial do grupo Vestire.

Partilhar