23 Junho 2017
ITV

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Paulo Melo explica milagre da ressurreição da ITV portuguesa

O milagre da ressurreição da nossa indústria têxtil e de vestuário –  que tal como a Fénix renasceu das cinzas após uma descida aos infernos que custou a vida de milhares de empresas e cerca de 100 mil postos de trabalho – é explicado por Paulo Melo num ensaio publicado na 4ª edição da Bow, a revista internacional da AEP.

Após passar em revista os últimos 20 anos, em que o setor passou por tudo, desde um pico de exportações, volume de negócio e emprego, até bater no fundo, em 2009, o presidente da ATP conta como é que a ITV, nos últimos sete anos, “encetou uma trajetória imparável de recuperação, reestruturando-se, reinventando-se” e “revertendo por completo o ciclo recessivo que a afetou, tornando-se um case study internacional de sucesso, que diversos países desejam emular para as suas próprias indústrias”.

“De 2008 a 2016, passou-se de 65% do volume de negócios exportados para 79%, uma progressão extraordinária praticamente irrepetível por qualquer outro setor da atividade económica no país, mesmo por aqueles que têm igualmente um elevado grau de abertura ao exterior”, nota Paulo Melo.

O presidente da ATP elenca os diferentes factores combinados que estão na origem do milagre da ressurreição da ITV, destacando, em primeiro lugar, “a vontade indómita dos empresários e dos seus trabalhadores em não baixar os braços, em arrostar com as dificuldades e em escolher viver, em querer prosseguir. Sem este elemento sociológico e cultural tudo o resto seria inútil, pois este funciona como um animus que faz accionar um mecanismo inerte”.

Decisiva foi também a capacidade que a ITV teve de passar do “paradigma da competição pelo preço para o da competição pelo valor”, como refere Paulo Melo:

“Enfrentando a concorreria duríssima e desleal do Oriente, as empresas perceberam que continuar a competir pelo preço seria uma tarefa impossível e uma derrota certa, a prazo – mais curto que longo”.

Em vez de persistirem em competir pelo preço, as empresas optaram pela diferenciação, seja pela criatividade (moda e design), seja pela inovação tecnológica nos processos e produtos, seja ainda pela intensidade no serviço ao cliente. “A apresentação de uma proposta de valor tornou-se o argumento central da relação de negócio”, recorda.

O presidente da ATP conclui o ensaio alertando para a urgência da indústria não sucumbir à tentação de descansar à sombra do sucesso, “até porque se a dura recuperação que teve de realizar moldou a sua resistência, não é menos verdade que o sucesso não vem trazer nem tranquilidade, nem acomodação, pois há sempre mais a fazer do que o que foi feito”.

Para ler o artigo na íntegra clique aqui.

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