29 novembro 19
Malhas

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Futuro da Familitex está no sustentável, técnico e desporto

As malhas sustentáveis, técnicas e para desporto são os segmentos em que a Familitex aposta estrategicamente para continuar a crescer e evitar a contínua erosão das margens com que trabalha.

“O nosso foco não está na quantidade mas sim nos produtos diferenciados e de grande qualidade. Não queremos pagar para trabalhar. É preciso ter rentabilidade”, afirma Afonso Barbosa, 48 anos, fundador e sócio gerente desta empresa de Barcelos que está a comemorar o 20º aniversário.

O programa de investimentos para este ano da Familitex, orçado em sete milhões de euros, contemplou, entre outras coisas, a construção de um novo pavilhão, com uma área de 1 100 m2 (elevando a área total da fábrica de Tamel para 14 mil m2), a aquisição de equipamento industrial para artigo técnico e de desporto, bem como o aumento da capacidade produtiva e da área logística e de armazém.

“A moda pede cada mais desporto e o desporto pede cada vez mais moda”, explica o sócio gerente da Familitex, que tem a produção de malhas arrumada em quatro linhas tradicionais – moda, premium, técnica e desportiva, e sustentável – que cada vez mais se integram e misturam.

“Tem sido brutal o crescimento da procura de malhas orgânicas e recicladas, amigas do ambiente. Interrogo-me mesmo como é que vai haver fio orgânico para abastecer tantas encomendas das marcas”, diz Afonso Barbosa, que começou a carreira profissional a trabalhar na Falcão e, no regresso do serviço militar, se estabeleceu com dois cafés (demorou-se seis anos na hotelaria) antes de, em 1999, criar a Familitex, em parceria com o primo José Manuel Mota.

“As margens cada vez muito baixas e não se conseguem aumentar a trabalhar para os grandes grupos de fast fashion, como a Inditex ou H&M. Para conseguir aumentar as margens temos de fazer produtos diferenciados e técnicos, como maior valor acrescentado, para marcas posicionadas em segmentos de mercado mais altos, como a Timberland, Tommy Hilfiger  ou Hugo Boss”, garante.

O grupo Familitex é constituído por três empresas, todas elas em Barcelos: a Tecelagem (que produz todo o tipo de malhas circulares, emprega 90 pessoas e deverá fechar o ano com um volume de negócios de 24 milhões de euros), a Tinturaria (resultante da aquisição e restruturação da ex-Luís Simões, que está a ser modernizada e equipada, num investimento global de oito milhões de euros) e a Serkut, um armazém que tem em stock dois milhões de euros de malha acabada e deverá fechar o ano com vendas de cinco milhões de euros.

“A Serkut é uma empresa de stock service, onde temos disponível para entrega imediata malhas de todo o tipo, algodão, linho, liocel, poliester, etc. Prestamos serviço a pequenas empresas, que precisam de um dia para o outro de 300 kg de preto ou de um metro de linho. Não é fácil para mim dizer que não a um cliente pequeno, porque eu já fui pequeno e sei o que isso é”, conclui Afonso Barbosa.   

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