17 fevereiro 20
Comércio mundial

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Europa retira benefícios tarifários ao Cambodja

Os benefícios tarifários concedidos pela União Europeia ao Cambodja vão ser suspensos: a Comissão Europeia decidiu retirar parte deles àquele país asiático, depois de Bruxelas ter concluído que as autoridades políticas pretendem impedir a oposição de concorrer em igualdade às eleições que vão realizar-se.

Assim, a partir de meados de agosto, o país terá de pagar tarifas sobre as exportações de certos tipos de roupa e calçado. Até agora, o Cambojda desfrutava de uma tarifa zero no âmbito do programa Tudo Menos Armas (EBA). A medida impactará as exportações de mil milhões de euros do Cambodja para o interior do espaço comercial da União e entrará em vigor em 12 de agosto.

Josep Borrell, alto representante da Comissão para a Política Externa, disse que “a duração, escala e impacto das violações dos direitos à participação política e à liberdade de expressão e associação no Cambodja deixaram a União Europeia com o único opção de retirar parcialmente os seus benefícios.

“A União Europeia não ficará parada a observar como a democracia desapareceu, os direitos humanos foram restringidos e o debate livre silenciado; para que os benefícios sejam restabelecidos, as autoridades cambodjanas devem tomar as medidas necessárias”, acrescentou.

A Europa também levou em consideração ataques contra organizações sindicais e dos direitos do trabalho. No início deste ano, empresas como a Adidas, Levi Strauss, Ralph Lauren e Under Armour enviaram uma carta ao governo do país para exigir o alinhamento dos direitos do trabalho com os padrões internacionais, precisamente para que o Cambodja pudesse evitar a perda dos benefícios comerciais.

O primeiro-ministro do Cambodja, Hun Sen, respondeu dizendo que o país não vai “submeter-se” às diretivas estrangeiras. “Queremos ser amigos e parceiros de todos os países do mundo, mas se eles não nos entenderem e quiserem forçar-nos, não concordamos”, concluiu Hun Sen.

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