10 Fevereiro 20
Intergift

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Empresas portuguesas desiludidas com localização na Intergift

A presença da comitiva das empresas portuguesas na Intergift está condicionada, como a de todos os expositores, à política da organização de alterar todos os anos a disposição dos participantes nos pavilhões e desta vez a sorte não sorriu às cores nacionais que estiveram até ontem em mais uma edição da feira internacional de decoração madrilena. As empresas portuguesas dizem-se este ano particularmente desiludidas com a localização escolhida pela organização da feira para a exposição dos têxteis-lar no certame.

Rio Sul reivindica melhor localização

Especializada em artigos têxteis para cama (colchas, jogos de cama e edredons) e em almofadas decorativas, é com um grande desejo de mudança que Joana Correia, responsável pela criação de coleções e desenvolvimento de produtos da Rio Sul, expressa o seu descontentamento face à política de atribuição de localização na Intergift. “ Todos os anos nos mudam de sítio o que não é nada positivo. A maioria dos clientes vai ao sítio do ano passado e, como não nos vê, pensa que este ano não viemos”, revela Joana Correia, apesar da Rio Sul ter desenvolvido um grande trabalho de divulgação da localização desta edição, através do envio de e-mails e outras comunicações para os clientes.

“O mais interessante seria colocar os têxteis-lar todos juntos, até para conveniência do cliente” defende a CEO da Rio Sul, cujo mercado espanhol representa já cerca de 50% da faturação da empresa.

Dilina Têxteis recorda bons velhos tempos

É com saudade que Umbelina Ribeiro recorda a década de 90 quando “não tinha mãos a medir” para a quantidade de pedidos que chegavam ao stand da Dilina Têxteis na Intergift. “Os tempos mudaram, a venda está em declínio”, confessa a fundadora desta marca atualmente especializada em banho e roupa 100% made in Portugal.

“O que vemos acontecer é um estrangulamento do fluxo de afluência. Isto é, nos corredores centrais ainda há movimento mas nos laterais, e sobretudo cá para o fundo, onde estamos, chega muito pouca gente” esclarece Umbelina Ribeiro em jeito de reclamação pela localização atribuída ao seu stand. Ainda assim, a mentora desta marca com mais de 80% do negocio centralizado na Península Ibérica, lembra que atualmente “as feiras servem para estabelecer contactos que só no futuro saberemos se são ou não efetivamente interessantes”, conclui.

DolceCasa reclama união dos têxteis lar

Com o negócio completamente centrado na exportação, com especial foco em Espanha (onde a marca efetiva mais de 80% das vendas), Liliana Kakakis não esconde o descontentamento com a localização atribuída à comitiva nacional. “A constante mudança de localização não ajuda em nada e este ano acresce o facto de estarmos numa zona muito escondida”, comenta a sócia gerente da DolceCasa que, via Reinatex, a empresa mãe, assume o título da primeira empresa portuguesa a participar na Intergift. “Os compradores ficam confusos. Era importante que os têxteis-lar estivessem todos juntos e não espalhados por três pavilhões diferentes, como acontece neste momento”, remata.

Antarte, Dilina Têxteis, DC DolceCasa, Têxteis Iris, Beppi, Rio Sul são as empresas portuguesas da comitiva From Portugal que marcaram presença na feira madrilena de decoração. A sua participação na Intergift é mais uma iniciativa da Selectiva Moda e da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, no âmbito do projecto From Portugal, que visa promover a internacionalização das empresas portuguesas da área da Moda. O projeto é co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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