25 junho 20
Feiras

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Antonino Valenti: feiras vão continuar a ser fundamentais

Antonino Valenti, há mais de trinta anos consultor no setor de feiras e especialista em marketing, garante que os certames físicos vão continuar a existir na medida em que conseguirem focar-se na segmentação e optarem por investir em nichos de mercado: “As feiras precisam de vender contactos e não metros quadrados”. Mas não vão deixar de se realizar.

Em entrevista ao jornal espanhol ‘Modaes’, Antonino Valenti diz que “as feiras precisam de ser reajustadas” através da “segmentação e da promoção de um tipo específico de produto”, o que fará com que “o espaço não seja o mais importante; as feiras precisam de hipersegmentação”.

As feiras têm, por outro lado, a capacidade de gerar uma marca que em muitas circunstâncias pode inclusivamente ser uma imagem de uma cidade ou de uma região. Por isso, afirma, acabar com uma feira não é apenas isso: é desfazer a imagem do que lhe está associado – o que não é um benefício para ninguém.

Mas, em tempos difíceis, é possível que nem todas possam manter-se no ativo. Para Antonino Valenti, as feiras que tiverem “um plano de promoção de marketing mais desenvolvido e mais ousado são as que sobreviverão”. E vaticina: “A próxima edição de todas as feiras será má por causa da pandemia, mas se os seus organizadores e as empresas participantes se organizarem, conseguirão um ajustamento melhor” e mais rápido.

Para o consultor, a necessidade de segmentação das feiras nem sequer é uma derivação específica da pandemia: já antes, no seu entender, tudo indicava que as feiras estavam prestes a terem de alterar o seu posicionamento. E esse novo posicionamento, a segmentação, apenas ficou mais evidente e mais urgente com a pandemia.

“É verdade que não pode haver tantas feiras por ano, é uma loucura. E o consumo vai baixar. A cadeia de valor será reduzida, os custos poderão subir e começaremos a produzir em proximidade” e a tudo isso as feiras terão de dar uma resposta.

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