T57 - Outubro 2020
Empresa

Há uma revolução em curso na Unifardas

"Se olharmos para as macrotendências, o envelhecimento da população vai conduzir a uma investimento crescente no sector da Saúde", revela Rui Araújo, Chief Operating Officer da Unifardas

António Moreira Gonçalves

À entrada dos escritórios da Unifardas salta à vista um grande cartaz onde se leem mensagens de carinho e agradecimento. É um dos muitos sinais visíveis da transformação que a pandemia trouxe à empresa da Maia  especializada em workwear e que desde a primeira hora se adaptou à produção de equipamentos de protecção. Até a ministra da Saúde, Marta Temido, agradeceu publicamente à empresa o esforço em tempos de crise. “Quando vemos que o nosso trabalho é reconhecido e tem significado é completamente diferente. Já não trabalhamos só para produzir, trabalhamos com um sentido”, conta Rui Araújo, Chief Operating Officer da empresa.

Formado em engenharia industrial e gestão, Rui representa a segunda geração à frente da empresa fundada pelo pai há 24 anos. Antes de chegar à Unifardas, em 2019, passou por outras empresas da têxtil, não só em Portugal mas também na Espanha (Catalunha) e na Roménia, e fez ainda um MBA na ESADE Barcelona e na Universidade do Michigan. Um percurso que “deu-me mundo”, confessa, e que no início deste ano lhe permitiu prever o imprevisível.

“Ainda em dezembro comecei a receber alguns contactos de amigos da China, ou com familiares na China, que me falaram de uma escassez de máscaras de proteção. Depois quando em fevereiro fomos à SICUR, feira de equipamentos de segurança de Madrid, percebemos que já era incontornável”, lembra o responsável pela empresa que quando a pandemia chegou a Portugal tinha já um plano traçado. “Em termos de produto foi um pequeno ajuste, porque já produzíamos batas, mas obrigou-nos a uma troca de mindset. O cliente mudou, já não havia lugar a tanta personalização e não tínhamos qualquer experiência a trabalhar com TNT”, lembra Rui Araújo.

Foi um impulso que acelerou uma reforma já pensada. Para Rui Araújo, o vestuário industrial tem os dias contados, e a empresa têm de se antecipar à mudança. “Se olharmos para as macrotendências, o envelhecimento da população vai conduzir a uma investimento crescente no sector da saúde, enquanto a automação vai levar à diminuição no número de trabalhadores”, explica.

Na Unifardas assiste-se já a uma revolução. A empresa tem m curso um investimento de 470 mil euros, enquadrado no projecto de inovação produtiva Covid-19. “Vamos ter novos escritórios e vamos reorganizar o espaço de armazenamento. Precisamos de fazer a separação de fluxos, para ter uma área especializada para produtos hospitalares”, adianta o gestor.

Na abordagem aos mercados, a Unifardas está também a renovar a face. Criou uma nova marca, a Unifardas Healthcare, e está focada em certificar os seus produtos à escala europeia. “Estamos a desenvolver uma colecção em que o design foi definido com o apoio de profissionais de saúde”, revela Rui Araújo, destapando o véu sobre as novidades que se prepara para levar às feiras internacionais da especialidade.

A Empresa

Unifardas
R. Joaquim António Moreira 19
4470-078 Moreira - Maia

O que faz? Desenvolve e confecciona vestuario profissional, personalizado e costumizado Principais clientes Empresas industriais , hospitais, clícnicas, escolas e hotelaria  Fundação 1986 Trabalhadores 21 Principais Mercados Portugal, Espanha e França Estratégia Crescer na área da saúde Volume de Negócios 1,5 milhões de euros

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