18 março 22
Indústria

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Zero Covid na China pode retardar recuperação do têxtil

A China adotou aquilo a que chamou política ‘zero Covid’ e está a confinar grandes territórios assim que surgem novos casos da pandemia. Uma prática que está a ter fortes  repercussões em grandes centros de produção têxtil como Shenzhen e Xangai e a afetar a recuperação do sector.

Segundo noticia o Fashion Netwoork, no sul da China a província de Guangdong (região de Shenzhen) está com 17 milhões de pessoas confinadas devido a 66 casos confirmados. A província concentra um grande número de indústrias têxteis e de vestuário que trabalham para a exportação. Antes da crise da pandemia, 28.276 empresas têxteis locais exportavam a produção, o que levou à organização de grandes feiras internacionais como os salões chineses Intertextile e Chic.

O mesmo acontece em Xangai, mas também nas províncias de Jiangsu e de Zhejiang, onde estão concentradas cerca de 26 mil empresas têxteis exportadoras.

“Somos capazes de produzir respeitando as medidas sanitárias, mas esses confinamentos repentinos podem assustar os nossos clientes”, disse o representante de um fabricante de Jiangsu ao FashionNetwork.com. “Nos últimos dias, os clientes têm-nos procurado porque estão preocupados. Esta solução [zero Covid] é certamente eficaz, mas leva-nos a perder encomendas que acabamos de conseguir”.

Estas medidas podem colocar em causa a recuperação do sector. A China continua a ser de longe o principal fornecedor mundial de roupa, com exportações de 130 mil milhões de euros em 2020, muito à frente do Vietname (28 mil milhões) e Bangladesh (27 mil milhões).

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