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Agora que a China começa a abrandar, as grandes cadeias internacionais de retalho, como a Zara e a H&M, deitam um olhar guloso para o enorme e atraente mercado indiano, com taxas de crescimento na casa dos dois dígitos e que se começa a abrir ao investimento estrangeiro.
A India já vale 4% do mercado mundial de vestuário. Entre 2007 e 2012, o mercado indiano de vestuário cresceu em média 10% ao ano. Em 2013, o crescimento caiu para 7%, mas em 2014 voltou a arrebitar para 9%. Vale já 33,5 mil milhões de euros e está longe de estar saturado.
A Inditex desembarcou em 2010 no mercado indiano com lojas Zara, na sequência de uma joint venture estabelecida com o gigante local Tata, e agora prepara-se para lançar a insígnia Massimo Dutti. A H&M está desde o ano passado na India. E a Ikea tem agendada para o próximo ano a sua primeira loja.
As grandes cadeias estão a fazer surf em cima da tendência cada vez mais acentuada do consumidor indiano de transição do vestuário ocidental e do por medida para o pronto a vestir.
Tradicionalmente fechado, o mercado indiano está a abrir-se aos poucos. Os estrangeiros apenas podem controlar lojas monomarca (nas multimarca a sua posição no capital não pode ir além dos 49%) e mesmo assim ainda são obrigados a comprar localmente 30% do que vendem.
As previsões apontam para que a economia indiana tenha um crescimento anual médio de 9% no quinquénio 2015-19, ou seja a India é o único dos BRIC com um ritmo de crescimento sustentado.
“Para os distribuidores, a India é um espaço quase virgem. O consumo de moda e têxtil aumenta 12% ao ano. Fala-se inglês e isso é uma enorme vantagem para quem se quer implantar. Por fim, a legislação tem-se tornado mais favorável ao investimento estrangeiro. Um mercado de 1,3 mil milhões de habitantes está a abrir-se rapidamente aos protagonistas internacionais – Benetton, Gap, Inditex, Marks & Spencer e H&M já lá estão”, explica Nicolas Dubar, da consultora Headlight Transearch International.
Com 150 milhões de utilizadores de Internet (350 milhões previstos para 2020), a India é também um alvo atraente para o e.commerce. O vestuário vale atualmente 25% das compras online, ou seja dois mil milhões de euros. O único senão é que os estrangeiros estão, pelo menos para já, proibidos de vender ao consumidor final.