15 novembro 22
Sustentabilidade

Maria Monteiro

Zara, Continente e Auchan dão nova vida ao vestuário

A compra de roupa em segunda mão tem vindo a aumentar nos últimos anos, essencialmente entre os jovens, devido à crise e à consciência ecológica. A Zara, o Continente e o Auchan já estão a implementar, tanto nas lojas físicas como no online, soluções para prolongarem e darem uma nova vida ao vestuário, em nome da sustentabilidade.

A Inditex entra no negócio da moda em segunda mão, através da maior retalhista mundial de moda, a Zara, com a plataforma “Zara Pre-owned” onde o objetivo passa por reparar, revender e doar peças de vestuário já usadas. Para já, só se encontra disponível no Reino Unido, mas a ideia é estendê-la a mais países.

Em Portugal, o projeto piloto do grupo Sonae arrancou em outubro com a abertura de espaços (RE)Style no Continente Colombo, em Lisboa, e no Continente GaiaShopping, em Vila Nova de Gaia, mas a MC, a holding do grupo liderado por Cláudia Azevedo dedicada ao retalho alimentar, promete um plano de expansão para mais lojas já em 2023.

“Enquanto retalhista líder, sabemos que é nosso dever encontrar e implementar medidas que procurem minimizar o impacto da nossa atividade e que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Este projeto visa dar uma nova vida à roupa em segunda mão e permite aos nossos clientes adquirirem nas nossas lojas artigos de marcas de moda conceituadas, com toda a confiança e por valores bastante apelativos”, referiu, então, em comunicado a responsável da área têxtil da MC, Graça Fernandes.

Este é um projeto implementado em parceria com a Retry, empresa portuguesa, criada por duas amigas, Camila Coutinho e Daniela Oliveira, que nasceu para promover uma mudança no consumo excessivo, por via da reutilização da moda, mas vocacionada para artigos os artigos de luxo, que opera na compra e venda de vestuário em segunda mão, através da sua plataforma online, criada em abril de 2020, precisamente com o intuito de incentivar “a compra de produtos de marca e de qualidade a preços mais acessíveis”.

A associação ao Continente, “uma marca de confiança das famílias portuguesas”, é vista como uma excelente forma de “desmistificar e validar a compra online de artigos em segunda mão, aumentando a economia circular”. Ainda sem números de 2022, a Retry garante, no entanto, que vendeu seis toneladas de roupa em segunda mão nos últimos dois anos.

Pioneira na venda de artigos de vestuário em segunda mão dentro de lojas de retalho é a portuense MyCloma que se associou ao grupo Auchan e abriu, em novembro de 2020, no hipermercado do MarShopping, em Matosinhos, o primeiro espaço ReUse, com peças de vestuário a preços acessíveis. Hoje, já com 10 espaços ReUse em hipermercados Auchan, de norte a sul do país, a empresa assume que tem um “ambicioso” plano de crescimento, em todas as 33 lojas Auchan em Portugal, para reforçar a sua posição no mercado nacional e, ao mesmo tempo, expandir e crescer em mercados internacionais. A plataforma MyCloma também vende artigos de marcas de luxo, como Guess, Ralph Lauren, Burberry, Armani ou Ana Salazar,

“O nosso papel na promoção da sustentabilidade e de uma economia mais circular, não se mede apenas pelo número de peças que já vendemos e às quais demos uma nova vida. Procuramos informar as pessoas acerca do impacto ambiental da indústria têxtil ou como tomarem decisões mais sustentáveis”, refere Raquel Azevedo.

Partilhar