António Moreira Gonçalves
Um pijama que é ao mesmo tempo um dispositivo médico e uma ajuda para cuidadores e pessoas em situação de doença. É assim que a Trotinete apresenta o WearRX, o inovador modelo desenvolvido em parceria com Universidade do Minho.
Produzido num tecido elástico, estimula o fluxo sanguíneo, reduz a probabilidade de escaras e tem ainda um conjunto de bolsos específicos para a realização de tratamentos de forma menos intrusiva.
“Gostamos de ser arrojados e de sair da nossa zona de conforto. Cada vez mais queremos sair dos produtos habituais”, afirma Matilde Vasconcelos, fundadora e administradora da Trotinete, sobre a aposta da empresa no WearRX, um novo modelo de vestuário, que procura substituir as tradicionais batas utilizadas pelos pacientes em internamento hospitalar.
Desenvolvido em parceria com o Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho, o “pijama” é produzido num tecido com elastano, que se ajusta ao corpo e facilita a mobilidade. Tem um número reduzido de costuras e nos pontos de maior pressão (como os tornozelos, por exemplo) é desenhado de forma a promover a circulação sanguínea, retardando a formação de escaras.
O design da peça visa facilitar não só a vida aos doentes, mas aos cuidadores e profissionais de saúde. É mais cómodo de vestir a uma pessoa acamado do que o vestuário tradicional e apresenta um conjunto de aberturas que permitem uma interacção facilitada. Uma abertura nas mangas, por exemplo, facilita a administração de injecções, sem que o doente seja obrigado a despir todo o braço. “A pessoa sente-se menos exposta, o que torna a situação não só mais confortável, mas sobretudo mais digna”, explica a responsável da empresa.
Desenhado em dois modelos – um de corpo inteiro e outro dividido em calças e camisola – o WearRX foi apresentado aos mercados na última Medica Trade Fair. Na feira de Dusseldorf, para além do próprio “pijama”, a Trotinete colocou em destaque uma colecção de peças decorativas, que se sobrepõem ao WeaRX, reduzindo o aspecto “hospitalar”. Com vários desenhos disponíveis, como uma camisa de ganga, ou as cores da selecção (imagem abaixo), estas peças consistem num “front-off” para a pessoa sentir-se mais confortável ao receber visitas. Imagine-se o caso de uma criança, que assim está vestida não com uma bata hospitalar, mas com a camisola da selecção nacional.
Especializada em uniformes e workwear, a Trotinete tem no sector da saúde uma das suas principais apostas. Atualmente, o segmento representa já cerca de 20% do total de vendas da Trot, o segmento de vestuário para adultos da empresa de Leça do Balio.
