31 outubro 23
Empresas

Maria Monteiro

Valérius prevê fechar balanço da Dielmar com lucros em 2023

Depois da insolvência da Dielmar (em 2021) e posterior aquisição pelo grupo Valérius, que adotou um plano de revitalização que previa um investimento de 1,8 milhões de euros, a empresa ‘recuperada’ projeta fechar o ano com um volume de faturação próximo dos seis milhões e fechar o exercício com lucros.

“É isso que esperamos. Mas o objetivo neste momento é que ela não dê prejuízo. Sempre que vamos para um novo negócio de recuperação de empresas, o primeiro objetivo não é ganhar dinheiro, é estabilizar o doente”, referiu José Manuel Ferreira, presidente da Valérius, ao jornal ECO.

A Dielmar chegou a empregar cerca de 300 pessoas e sempre foi uma das maiores empregadoras da região da Beira Baixa. A Valérius comprometeu-se a manter 200 de forma faseada e após uma formação teórica e outra em contexto de trabalho, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). E a manter a operação industrial em Alcains, arrendando o edifício que pertence ao estatal Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas (FIEAE).

“Já temos à volta de 190 a 200 pessoas. Perto de 80% estavam antes na empresa. Não são todas as mesmas porque havia gente próxima da reforma, e já fomos buscar algumas novas a empresas próximas. Tivemos de lhes dar formação, apesar da experiência, porque trabalhavam no sistema de há 30 anos. Havia um estigma e o grande problema é o mindset”, contou José Manuel Ferreira.

A histórica fábrica de confeções de Alcains está neste momento a produzir “190 a 200 fatos por dia”. Para já, apenas 5% estão a ser vendidos com a marca Dielmar: o grosso da produção assenta no modelo de private label e é exportado para clientes dos EUA, Canadá e Alemanha. A empresa soma “à volta de dez clientes”, sendo que alguns já trabalhavam com a Valérius, que aproveitou para fazer cross selling, e “dois ou três” eram antigos compradores na Dielmar. O objetivo é atingir “no pico” uma faturação a rondar “oito ou nove milhões de euros”, pouco mais de metade dos 15 milhões que a Dielmar chegou a faturar no passado.

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