Bebiana Rocha
O segundo dia de iTechStyle Summit no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões ficou marcado pela discussão sobre novos processos para a sustentabilidade. Ana Tavares, em representação da Valérius 360 abordou o trabalho que a empresa tem feito no sentido de dar uma nova vida não só aos resíduos industriais, que são o core, mas também aos desperdícios pré e pós consumo.
A CEO da RDD Textiles apresentou à sala as etapas que compõem o processo de reciclagem e as misturas que têm de momento disponíveis: “fazemos um blend de fibras recicladas com fibras virgens, 50% – 50% em algodão; também é possível com liocel”. Ana Tavares falou depois das barreiras que têm de ultrapassar, mais especificamente a qualidade do fio – “O comprimento da fibra de algodão reciclado continua a ser menor em relação ao algodão virgem”, disse mostrando os valores de 19-23mm que comparam com os 8-14mm do reciclado, acrescendo ainda a questão da contaminação.
No sentido de fazer avanços no potencial da reciclagem e obter melhores resultados finais, a oradora mencionou ainda os esforços da Valérius 360 em passar da reciclagem mecânica para a reciclagem química, entre as vantagens está o facto de permitir manter as propriedades das fibras. Neste caso, a empresa de Vila Frescaínha tem explorado composições 100% celulose ou policotton blend no âmbito do projeto be@t. A ideia é trabalhar com fardos de celulose provenientes de desperdício em vez da madeira.
“Na Valérius 360 não fazemos o sorting, o processo é feito por parceiros externos, que nos disponibilizam dados. O que esses dados nos dizem é que a maioria dos produtos são 100% algodão e 100% poliéster. Se nos focarmos nesses dois materiais já estamos a resolver uma grande parte da questão. Em termos de cores as mais comuns são o branco e o preto o que também facilita no processo de remoção de cor”, partilhou, comprovando com gráficos.