15 abril 20
Confeção

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Temasa produz material hospitalar e afasta lay-off

A rápida reconversão da produção da Temasa – Têxtil do Marco, SA, do vestuário para diversos tipos de material hospitalar “está permitir manter a empresa a laborar e não colocar os seus 80 trabalhadores em lay-off”, explicou ao T Jornal o seu accionista e gestor, Andreas Falley, que comprou a unidade à Sonae em fevereiro passado.

O processo de alteração da produção foi uma decisão que a Temasa tomou mal se apercebeu que a produção normal estava bloqueada, depois dos cancelamentos, alguns deles parciais, das encomendas que já tinham entrado nos serviços e da enorme redução de novos negócios.

A rapidez do processo estará por trás do seu sucesso: “depois das reuniões com entidades hospitalares do distrito do Porto e de contactos com fornecedores, o CITEVE resolveu rapidamente a questão da certificação”, o que permitiu à Temasa proceder em tempo útil à alteração da produção.

O lay-off foi por isso uma opção afastada do horizonte imediato da Temasa que, mesmo assim, mantém a produção de algumas encomendas que não foram canceladas. Internamente – numa unidade que não tem qualquer colaborador infetado ou com suspeitas de o estar – a Temasa procedeu ao rápido estabelecimento de um plano de contingência que passou pelo afastamento dos colaboradores, trabalho por grupo e intensa desinfeção do local de trabalho.

Com uma faturação próxima dos seis milhões de euros, a Temasa – que tinha como objetivo exportar 50% da sua produção já a partir deste ano – “tem de ser prudente em termos dos resultados no final de 2020”, explicou Andreas Falley. Desde logo porque as exportações praticamente pararam e depois porque “o clima de incerteza é muito grande”.

A perceção do final da pandemia é o elemento mais perturbador. “Acho que, quando as pessoas voltarem à rua, vão recomeçar a comprar” até por uma espécie de catarse das semanas que estiveram confinadas. Não será com certeza suficiente para recuperar a totalidade de ano, “mas sou um otimista por natureza”, o que leva o gestor a considerar que talvez o ano não venha a ser tão mau como alguns auguram.

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