Ana Rodrigues
As dez maiores empresas de luxo do mundo geraram 56,2% das vendas totais do sector, de acordo com o último relatório da consultora Deloitte. Os valores são para o ano de 2021 e revelam que o pequeno grupo é cada vez mais determinante, num sector que parece ser dos poucos que conseguirá ultrapassar 2022 com resultados positivos.
LVMH, Kering, Estée Lauder, Chanel, L’Oréal, Richemont, Hermès, Chow Tai Fook, Rolex e China National Gold Group Jewellery foram responsáveis por um crescimento de 81% nas vendas anuais, significando um aumento de 85% no seu lucro líquido. As três empresas que lideraram o crescimento do sector, em faturação, foram LVMH (com aumento anual de 55,9%), Chanel (com aumento de 54,7%) e China National Gold (aumento de 50,3%).
Em 2021, as cem maiores empresas de luxo do mundo recuperaram o volume de negócios pré-pandemia, tendo aumentado as suas vendas em 21,5% para 304,703 milhões de dólares, porém a moda e calçado foram as únicas categorias que reduziram o seu volume de negócios.
O conjunto das operadoras de moda e calçado de luxo analisados pela Deloitte encerrou com prejuízo (queda de 3,2% nas vendas), sobretudo devido às perdas de 1.100 milhões de dólares registadas pelo PVH, não tendo recuperado os números pré-pandemia. Ainda assim, continuam a ser o segmento que contribui com o maior número de empresas de luxo para as 100 maiores empresas, bem como o segmento com as empresas mais pequenas, com vendas anuais médias de 1,2 mil milhões de dólares.
Os acessórios e bolsas foram, por seu turno, uma das categorias de produtos que registou um maior crescimento em 2021, com um aumento de 19,8% nas suas vendas. O segmento também liderou em lucro e margem, principalmente pelo impulso da Thélios nas contas da LVMH (integrou o negócio de ótica em dezembro de 2021).
Em 2020, o relatório Global Powers of Luxury Goods da Deloitte revelou que as quinze maiores empresas do sector tinham gerado 63% da fatura anual do sector.