22 julho 22
Sustentabilidade

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Reciclagem têxtil na Europa pode valer oito mil milhões

Apesar de na Europa já serem triados cerca de 35% dos resíduos têxteis, apenas menos de 1% acaba por ser reciclado. Segundo um estudo da consultora McKinsey, este é um mercado com potencial para atingir os oito mil milhões de euros e criar cerca de 15 mil novos empregos na Europa.

Em comunicado citado pela agência Lusa, a autora do estudo aponta ainda para a redução de quatro milhões de toneladas nas emissões de CO2. Em comunicado, a consultora refere que “a transformação para uma economia circular oferece inúmeras oportunidades para o setor”, sendo que “a produção em circuito fechado na Europa pode gerar um mercado de seis a oito mil milhões de euros em vendas com potenciais retornos anuais de 20% a 25% para a indústria de reciclagem e a possibilidade de criar cerca de 15.000 novos empregos até 2030”.

Com o tema “Scaling textile recycling in Europe – turning waste into value”, o relatório da McKinsey analisa cenários para o desenvolvimento de volumes de resíduos têxteis e taxas de recolha e reciclagem até 2030. “Cada europeu produz em média mais de 15 quilos de resíduos têxteis por ano e, em 2030, este valor poderá atingir os 20 quilos”, sendo que “a maior proporção (85%) dos resíduos é produzida em casas particulares e diz respeito a vestuário e têxteis domésticos”, concluindo que “deste volume, menos de 1% dos resíduos pós-consumo é atualmente reciclado para produzir novos produtos têxteis nos 27 países da UE e na Suíça”.

Assim, “a taxa de reciclagem têxtil poderia aumentar para 50% a 80% até 2030 e, consequentemente, a economia circular para a produção de fibras têxteis para novos artigos de vestuário a partir de resíduos têxteis poderia escalar entre 18% e 26%”.

A consultora defende que “para aproveitar todo o potencial da reciclagem têxtil, é necessário um investimento total de seis a sete mil milhões de euros em toda a cadeia de valor – incluindo a recolha, triagem e construção de centros de reciclagem – até 2030”, concluindo que “este investimento na reciclagem de fibra para fibra é valioso não só por razões de sustentabilidade como pela criação de novas matérias-primas valiosas durante a reciclagem, o que permitiria aumentar a produção têxtil na Europa e criar valor acrescentado para a indústria”.

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