Bebiana Rocha
A RDD Textiles foi a mais recente convidada do podcast Smart Creations da Première Vision. No episódio 57, a CEO Ana Tavares explora o potencial da moda sustentável e o trabalho que a RDD tem desenvolvido no sentido de oferecer mais sustentabilidade aos seus clientes.
“Na RDD criamos alternativas aos materiais têxteis convencionais. Desenvolvemos diferentes processos e materiais com o objetivo de aplicar a sustentabilidade à indústria da moda, inovamos nos acabamentos e tingimentos”, introduz Ana Tavares, que conta com uma experiência de nove anos no sector. “A maior parte do tempo trabalhamos com fibras celulósicas que vêm da natureza, mas temos também composições com banana, liocel e ananás”, avança.
Questionada sobre o impacto destas alternativas no planeta a responsável pela empresa diz que depende do tipo de fibra: “as da banana por exemplo são extraídas mecanicamente das folhas, não há processos químicos, nas fibras regeneradas de celulose depende do solvente que usamos. Entre a viscose e o liocel, diria que a viscose tem um maior impacto, outra alternativa que usamos é a Circulose”, especifica.
A RDD faz parte do grupo Valérius e como tal tem nele um aliado com valências em diferentes segmentos do negócio: “como a nossa empresa está conectada à Valérius temos a possibilidade de fazer os nossos próprios fios reciclados, criar misturas. As fibras são depois aplicadas em malhas (jersey, interlock) que se transformam em hoodies, por exemplo”.
Para além de trabalhar novos materiais, a RDD desenvolve também novos processos de tingimento naturais, com pigmentos inovadores, é o caso do Colorfix que apresenta neste podcast: “No Colorfix criamos bactérias para produzir os pigmentos, não são usados químicos e o processo tem uma duração mais curta que o convencional o que traz uma economia de água e energia, embora tenha a limitação de ter uma paleta de cores mais reduzida”, diz, dando o exemplo da cor preta que não é fácil de atingir.
Pode ouvir falar deste e doutros processos, bem como os desafios para os próximos anos aqui. “O consumo vai continuar a crescer no futuro porque a população está a crescer e a esperança média de vida a aumentar. Não temos recursos para continuar a aguentar a procura atual, por isso, diria que um dos desafios é encontrar alternativas que permitam manter o conforto atual dos consumidores e conseguir fazer menos mal ao planeta”, remata.