Bebiana Rocha
Neste mês de maio, no âmbito do projeto EuroBoosTEX, cujo consórcio integra o Cluster Têxtil, será lançada uma chamada para apresentação de projetos de internacionalização com vista a possibilitar às PME vencedoras a oportunidade de descobrirem ou reforçarem a sua presença no mercado australiano através de uma missão exploratória.
A A.Ferreira & Filhos é uma das têxteis que tem já um pé no mercado australiano. “Em termos de volume de negócios, a Austrália é o 4º destino extracomunitário, sendo que o número um é a Rússia”, apresenta Noel Ferreira, administrador. A empresa de Caldas de Vizela tem um novo cliente nesta geografia prestes a concretizar a primeira encomenda. “Tendo em conta que a Austrália está nas antípodas de Portugal, o investimento em viagem seria muito grande para visitar clientes”, conclui. Este tipo de iniciativas poderão ajudar a colmatar esta dificuldade.
Também a Alves Pereira Tapeçarias exporta para a Austrália, há mais de 15 anos. “Estamos num nicho que, em função de investimentos em curso, vai aumentar”, aponta Pedro Pereira, referindo que a sustentabilidade começa a ser um requisito cada vez mais trabalhado e pedido. “Para a empresa é sempre interessante uma missão exploratória”, finaliza o CEO.
Numa primeira fase o grupo publicou um relatório sumário com uma análise ao mercado australiano, que faz não só um contexto económico mas também apresenta dados relevantes para o sector têxtil e do vestuário nesse mercado.
Dá conta, por exemplo, que o “têxtil e vestuário contribuiu com mais de 27,2 mil milhões de dólares para a economia da Austrália e emprega mais de 489.000 australianos”; “apenas 29% das empresas do sector adquirem materiais em fornecedores locais” ou que o top 3 de parceiros comerciais da Austrália em matéria de têxteis em 2021 foi a China, Vietname e Indonésia.
O estudo mostra ainda que o valor das importações de artigos têxteis tem vindo a subir desde 2020, ultrapassando inclusive números de 2018. Entre os principais produto importados da Europa estão artigos de vestuário não malha, assim como têxteis revestidos e tecidos laminados. E apresenta números relevantes para os segmentos do desporto, que tem registado um aumento na procura, e dos têxteis-lar, que tem um mercado estimado na ordem dos 5 mil milhões de dólares. Relatório na integra aqui.