26 Junho 2019
Inovação têxtil

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Portugal está a ganhar o estatuto de nova Itália

Outrora a referência, a Itália está a tornar-se num dos principais compradores do têxtil português. Fruto de um processo crescente de desindustrialização, o país transalpino está a ser substituído por Portugal enquanto criador de soluções de serviço e de têxteis inovadores.

Desde o início do ano, as exportações estão a crescer 6,1%, um percurso que contrasta com alguma retração no contexto europeu e que encontra explicação numa certa desindustrialização. “Itália foi perdendo a sua fileira estruturada e orientada para a inovação e já não oferece às grandes a lógica de engenharia de produto que encontram em Portugal”, explica o diretor-geral da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal ao jornal Dinheiro Vivo.

Com isso, acrescenta Paulo Vaz, o nosso país “está a ganhar um estatuto de nova Itália, enquanto criador de têxteis inovadores e de soluções de serviço”. A par da Itália, é nos mercados extracomunitários que as exportações da ITV nacional estão a destacar-se, com crescimentos de dois dígitos em países como  EUA (16%) e no Canadá (28,8%).

“A economia americana continua de boa saúde, apesar do senhor Trump ou por causa dele”, avança ainda Paulo Vaz ao Dinheiro Vivo, admitindo ser difícil antecipar como vai comportar-se o ano. “Não consigo definir tendências. Desde o início do ano tivemos dois meses de crescimento, um de queda abrupta e outro de recuperação, não sei o que vai acontecer daqui em diante”.

Daí a recomendação que o secretário –geral da ATP deixa para as empresas. “Têm de estar atentas, não serem complacentes e saber ler os sinais dos mercados, ser mais exigentes com a sua própria gestão, diversificarem destinos e terem mais atenção ao comércio electrónico”. E conclui: “Este não é um negócio para amadores, cada vez mais é para profissionais.”

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