09 Junho 20
Moda

António Moreira Gonçalves

Os 50 padrões das Happö, as máscaras da Crivedi

Habituada a trabalhar para a indústria da moda, a Crivedi depressa aplicou o seu sentido estético ao mercado das máscaras criando modelos com cor, alegria e focados na moda. Está a produzir 12 mil máscaras por dia e lançou a marca Happö, com uma loja online própria, onde estão disponíveis mais de 50 padrões, para homem, mulher e criança. Está também a fabricar em Private Label e a exportar para Alemanha e Espanha. A Bélgica é o próximo passo.

“Quisemos desconstruir aquela imagem da máscara cirúrgica e descartável. Como somos uma empresa de moda tentamos criar uma máscara com cor, com vida e com alegria. No fundo, é um acessório de moda”, resume António Archer, General Manager da têxtil Crivedi.

Ao longo das últimas semanas, a empresa sediada na Trofa redirecionou a sua produção para as máscaras de proteção, mas com uma aposta de sentido estético. “Já que neste momento é obrigatória, a ideia é que de manhã quando seleccionamos a roupa tenhamos também uma máscara a condizer”, explica o responsável da empresa.

Para abordar este novo mercado, a empresa criou uma nova marca própria, a Happö, que atualmente conta já com 25 padrões para mulher, 15 para homem e 7 para criança. Todas as máscaras são certificadas pelo CITEVE para cinco lavagens e estão disponíveis numa loja online própria, mas também nas lojas Continente e em breve vão chegar à plataforma de e-commerce Dott.

“Até ao momento os resultados são animadores, quer no nosso site, quer no Continente. Na nossa loja online temos vendido muito também para Espanha, praticamente metade das encomendas são para lá”, adianta o responsável pela empresa.

Mas para além da marca própria, a Crivedi vai chegando a novos mercados através de projectos private label. “Também estamos a exportar para a Alemanha e para Espanha. E a negociar um projecto para a Bélgica. Em termos de volume de vendas, entre a marca própria e o private label estamos a exportar cerca de 60% da nossa produção de máscaras”, explica António Archer, que com uma rede de confeccionadores subcontratados, estima que a capacidade de resposta da Crivedi esteja nas 12 mil máscaras por dia.

O projecto contribuiu já para fazer regressar parte da equipa que estava em lay-off – a Crivedi conta atualmente com 35 colaboradores – e obrigou a agilizar processos de produção. “Claramente que o regresso das pessoas foi motivado pelo boom das máscaras, era necessário ter capacidade de resposta. No nosso negócio de moda trabalhamos sempre a três quatro meses, no negócio das máscaras trabalhamos numa semana. As encomendas que recebemos exigem rapidez, é impensável fazer entregas de máscaras daqui a um mês, por exemplo”, explica o empresário.

Especializada na produção de moda para grandes marcas internacionais – Bimba y Lola, Adolfo Dominguez, Purificacion García e Carolina Herrera são alguns dos seus clientes – a Crivedi vai continuar a apostar nesta área de negócio até a moda retomar o seu ritmo. “Os clientes tradicionais ainda estão na expectativa, acabaram de reabrir os seus negócios e têm muito stock acumulado, não estão focados em novos projectos, mas em escoar o que tem dentro de portas”, explica António Archer.

Sediada na Trofa, a Crivedi é especializada na pesquisa, prototipagem, design, modelação e controlo de qualidade, tanto para moda masculina como feminina. Não tendo confecção própria, trabalha com uma rede de cerca de 20 confeccionadores da região. Em média, anualmente gere um volume de negócios na ordem dos 7 milhões de euros.

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