21 Abril 21
Moda

António Moreira Gonçalves

Impulso das máscaras faz Crivedi fechar 2020 nos sete milhões

Especializada no design e confecção de vestuário, a têxtil Crivedi arrancou em 2020, com o surgimento da pandemia, uma nova área de negócio: as máscaras têxteis, comercializadas através de uma nova marca-própria, a Häppo. A aposta já está a colher frutos, com a empresa a compensar as quebras do sector da moda e até a registar um crescimento de 15%, que lhe permitiu fechar o ano com um volume de negócios da ordem dos sete milhões de euros.

“Obviamente que as máscaras não são o nosso core business, mas é um complemento ao nosso catálogo e no Verão, sobretudos nos meses de Agosto e Setembro, registámos um grande pico nas vendas, que foi até ao final do ano, continuámos sempre a vender bem”, conta António Archer, General Manager da Crivedi. Ainda em junho a empresa estava já a produzir 12 mil máscaras por dia, quando lançou a marca Häppo, com dezenas de designs diferentes e uma plataforma de venda online própria.

A dedicação ao projecto resultou, com a venda de máscaras a compensar as quebras causadas pela pandemia no sector do vestuário. “Tivemos uma quebra de 25% no vestuário, mas que foi amplamente compensada pelas máscaras. Fechámos o ano com um crescimento de 15%, de 6,1 milhões em 2019 para sete milhões em 2020”, conta.

O início de 2021 não foi tão risonho, com as notícias de vários países europeus a desaconselharem as máscaras têxteis. “Houve um burburinho muito grande, que foi iniciado pela Alemanha e replicado por vários países, anunciando que as máscaras FFP2 seriam mais eficazes em relação à pandemia. Logo a seguir surgiu um desmentido, mas a situação teve um impacto grande nas máscaras sociais”, lamenta António Archer, salientando que as máscaras da empresa estão certificadas para uma protecção de 94%, semelhante aos melhores modelos descartáveis, mas com menor pegada ecológica. “As máscaras não-reutilizáveis criam um desperdício que é um atentado ao meio-ambiente”, lembra.

Apesar desses contratempos, que tiveram impacto no comércio das máscaras sociais, a empresa vai continuar a apostar no lançamento de novos modelos e a marca Häppo está a desenvolver uma nova colecção. “A máscara é um acessório que vai perdurar, as pessoas habituaram-se à ideia de que é uma protecção, e provavelmente vão continuar a usar quando vão a um hospital, quando estão numa multidão ou quando chega a altura das gripes, por exemplo. Se no passado quando alguém via outra com máscara assustava-se, agora já ninguém se vai chocar”, defende António Archer.

Sediada na Trofa, para além do negócio da máscaras, a Crivedi desenha e produz vestuário de homem e mulher para grandes marcas internacionais. Entre os seus clientes habituais encontram-se nomes como Carolina Herrera, Bimba y Lola, Adolfo Dominguez e Purificacion García.

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