27 março 20
Solidariedade

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Mundo têxtil e da moda converge na luta contra a Covid-19

O grupo italiano Calzedonia – um dos primeiros a fechar as suas lojas – colocou à disposição as suas fábricas para a produção de dez mil máscaras e batas por dia para apoiar as instituições de saúde no combate ao novo coronavírus. Já foram entregues máscaras no hospital de Verona, cidade onde se encontra a sede do grupo detentor das marcas Calzedonia, Intimissimi, Tezenis, Intimissimi Uomo e Falconeri.

A mudança de produção não se deu apenas pela conversão do parque instalado: o grupo teve de comprar maquinaria específica e dar formação às costureiras. Numa fase inicial, a Calzedonia espera doar cerca de dez mil máscaras e batas por dia aos hospitais italianos.

Por seu turno, a Edizione, grupo que detém a marca Benetton, disponibilizou três milhões de euros “para apoiar projectos urgentes e as necessidades de quatro hospitais” italianos.

Já os co-CEOs da Prada, Patrizio Bertelli e Miuccia Prada, doaram seis unidades de terapia intensiva para três hospitais em Milão. A Prada está a utilizar uma das suas fábricas para produzir máscaras e macacões para os médicos da região que está no centro do furacão Covid-19, a pedido do governo regional da Toscania. É na unidade industrial de Perugia que estão a ser fabricados 80 mil macacões e 110 mil máscaras, que serão entregues até ao dia 6 de Abril, em múltiplas remessas.

A Bvlgari fez uma doação ao Departamento de Investigação do Hospital Lazzaro Spallanzani em Roma, a primeira equipa médica a isolar o vírus em menos de 48 horas. Maria Rosaria Capobianchi, Francesca Colavita e Concetta Castilletti são as três mulheres que tiveram sucesso ao isolar a estrutura do vírus. A doação da Bvlgari permitiu a compra de um sistema de aquisição de imagens microscópicas de última geração, o primeiro a ser instalado em Roma.

Por outro lado, as marcas de luxo francesas Yves Saint Laurent e a Balenciaga estão também a fabricar máscaras de protecção, como forma de apoio ao combate do novo coronavírus em França. O grupo Kearing, detentor de ambas as maisons, também doará às autoridades de saúde três milhões de máscaras importadas da China. O grupo doou também um milhão de euros à Cruz Vermelha da China.

Na semana passada, o estilista e empresário Georgio Armani fez uma doação de 1,25 milhões de euros a três hospitais de Milão, bem como o hospital Spallanzani de Roma e à Agência de Proteção Civil italiana.

Donatella Versace e a filha doaram 200 mil euros à unidade de tratamento intensivo do hospital de San Raffaele, em Milão, e mais de 143 mil euros à Fundação da Cruz Vermelha chinesa.

A marca Elisabetta Franchi está a organizar uma campanha de angariação de fundos para apoiar hospitais italianos que estão a enfrentar dificuldades em lidar com a emergência do Covid-19. Com o mote #SEVUOIPUOI (em português #SEQUISERPODE), é gerida pela Elisabetta Franchi Foundation Onlus, a fundação da designer italiana.

Também a LVMH começou a produzir e a distribuir gratuitamente álcool em gel. O grupo H&M está também a produzir equipamento de protecção individual para distribuir gratuitamente por hospitais de todo o mundo.

Já em Espanha, a Mango vai doar dois milhões de máscaras aos hospitais do país.

Depois de ter encerrado todas as lojas em Portugal e Espanha, o grupo Inditex, detentor de marcas como Zara, Bershka, Pull&Bear e Massimo Dutti, está a produzir máscaras, batas e luvas para ajudar a combater a pandemia. O grupo decidiu disponibilizar algumas das suas fábricas, toda a sua capacidade logística e gestão comercial ao Governo, especialmente da China. O grupo já doou 10 mil máscaras de proteção e até ao final da semana serão dadas mais 300 mil cirúrgicas.

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