T
Num contexto de grande entusiasmo das empresas com o regresso em força das marcas europeias em busca da reconhecida qualidade do Made In portugal, o primeiro dia do MODTISSIMO foi também palco de diversos debates. Concentrados nas áreas ‘Talks’, lançaram as tendências mais importantes para as próximas temporadas em termos de produto e analisaram também os grandes temas, como a digitalização, a economia circular ou a bioeconomia. E o metaverso. Tudo num ambiente de negócios suficiente para aquecer a Exponor.
Em todas estas frentes – que implicam inovação, investigação e foco na diminuição da pegada ecológica da indústria têxtil, Portugal está numa posição de topo em termos mundiais. Não só no que diz respeito à própria investigação, como provou António Rocha, responsável da Smartex – empresa nacional que está apostada em acabar de vez com o desperdício em toda a cadeia de valor – mas também no que se refere à incorporação dessa investigação na própria indústria, como ficou claro pela intervenção de Manuel Gonçalves, CEO do Grupo TMG.
Para António Rocha, que intervinha no Palco Talks Citeve, a palavra-chave do sistema de investigação é só uma: “ousadia” – “Portugal diferencia-se no topo da transição para o novo mundo digital”, afirmou. Um sentimento partilhado por Manuel Gonçalves, que afirmou que “a otimização industrial” por via da supressão do desperdício e da eficácia energética são já “um fator competitivo da indústria portuguesa”. Não sem que, salientou, as ‘dores de crescimento’ não façam igualmente parte do processo – tendo nesta área destacado o facto de ser necessário um investimento direcionado para a formação dos recursos humanos.
Os dois responsáveis – como mais tarde Carlos Van Zeller (Altri) e Miklós Nagy (Valérius) – conversaram sobre a mais recente tendência: “a desmaterialização”, promovida pela digitalização, e que de resposta a sucessivos confinamentos sanitários, passou a ser uma nova área de negócio. Como salientaram vários dos presentes, a desmaterialização é uma resposta fundamental aos novos tempos uma vez que, entre tantas outras valências, permite rodear um problema cada vez mais presente: o das dificuldades da cadeia de fornecimento. Para já, o limite é o metaverso.
Entretanto, em redor do Palco Talks Citeve, os mais de 200 expositores presentes no MODTISSIMO tinham pouco vagar para debates que não fossem aqueles que mantiveram com os muitos visitantes que iam acolhendo. Num ambiente genericamente considerado muito positivo pelos expositores, “é esse sucesso das empresas que permitiu aquecer a Exponor”, como disse o CEO da Associação Selectiva Moda, Manuel Serrão, que assim fez o ‘match’ entre novos negócios e uma pequena avaria do sistema de refrigeração do pavilhão, que na manhã de abertura enregelou os presentes.
