20 fevereiro 23
Comércio

Ana Rodrigues

Moda espanhola cada vez mais dependente da China

A moda espanhola, que tem vindo a diminuir as suas importações no mercado português, aumentou a dependência do mercado chinês. Em 2022, 20,8% das importações de moda espanhola tiveram origem na China, representando 1,4 pontos a mais que no ano anterior, tendo atingido o seu valor máximo desde 2017.

Os 20,8% de importações do mercado chinês dizem respeito a roupa, calçado, acessórios, perfumaria e joias, cujo aumento é o primeiro após sete anos de declínio, sendo que em 2017 o peso da China chegou aos 21,6%. De acordo com os últimos dados disponíveis, correspondentes a 2021, a Inditex concentra 23,2% dos seus fornecedores na China – ali se situando 34,7% das fábricas com as quais trabalha.

No caso da Mango, já com dados de 2022, o peso das fábricas chinesas é de 27,1%, tendo em conta os fornecedores de nível 1, 2 e 3. A Tendam, por seu lado, concentra 39% dos seus fornecedores de vestuário e 34,8 % das compras na China, de acordo com os dados mais recentes do seu último relatório anual, correspondente a 2021.

O aumento da participação chinesa no abastecimento da moda espanhola não se deve à queda de outros polos produtivos, mas sim ao próprio aumento do gigante asiático, isto é, as importações da moda para a China dispararam 44,7% em 2022, o número mais representativo desde 2000.

Entretanto, o peso dos abastecimentos de proximidade contraiu-se para os níveis mais baixos de sempre, com uma quota de 45,8%. Especificamente, as compras na Turquia, Itália, França, Marrocos, Alemanha, Portugal, Holanda, Bélgica, Suíça, Polónia e Reino Unido, principais mercados emissores das importações de moda espanhola, totalizaram 16.574 milhões de euros, mais 25,7% do ano anterior.

Partilhar