18 Maio 20
Design

António Moreira Gonçalves

Máscaras ComVida: a saúde também pode ser criativa

São obrigatórias em muitos espaços fechados, mas não há razão para que não sejam criativas e até mesmo um novo acessório de moda. Esta é a ideia do concurso Máscaras ComVida, lançado por um grupo de voluntários portugueses, que vai premiar as máscaras mais inovadoras e arrojadas, tanto na indústria como em projectos caseiros ou soluções improvisadas. A iniciativa conta com milhares de euros em prémios e as candidaturas estão abertas até ao próximo dia 30 de junho.

“Queremos distinguir máscaras que sejam simultaneamente bonitas, seguras, reutilizáveis e produzidas com os materiais certos. Até agora a maior parte das máscaras são feitas ainda com materiais improvisados ou inadequados, e são quase todas pretas ou naquele modelo hospitalar. Queremos destacar algo diferente”, começa por explicar Vitor Verdelho, professor da Universidade Católica e um dos promotores da ideia.

A ideia para o concurso Máscaras ComVida – que já conta com site e página no facebook e instagram – surgiu de um grupo de voluntários, constituído por professores universitários, gestores, médicos e outros profissionais, que desde o início da pandemia procuraram dar o seu o seu contributo no combate à crise. “Quando começou a pandemia, escrevemos um plano de contingência para as famílias que estão em casa”, lembra Vitor Verdelho, referindo a um guia composto por 10 perguntas e respostas, publicado logo nas primeiras semanas de epidemia.

Depois do plano de contingência, o grupo foi recebendo cada vez mais perguntas, com as máscaras a serem o centro de muitas dúvidas. “A ideia para o concurso acabou por surgir numa conversa com o Luís Soares, que foi responsável pelo prémio nacional das indústrias criativas. A máscara vai estar entre nós durante muito tempo, e a criatividade vai ser fundamental neste processo de a tornar num acessório de moda”, comenta o porta-voz da iniciativa.

Mas para além de distinguir o design e o lado estético das máscaras de protecção, Vitor Verdelho esclarece que o concurso quer também premiar a segurança, priveligiando os materiais certificados e promovendo a debate. “O nosso objetivo é também esclarecer dúvidas: quanto tempo se pode usar uma máscara, quantas vezes se podem lavar, como podem ser utilizadas com óculos, etc. São tudo questões que queremos abordar”, afirma. Dúvidas que são abordadas por especialistas de várias áreas, como a professora Isabel Almeida, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ou Pedro Melo, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica.

Com este objetivo, o Máscaras ComVida tem quatro categorias a concurso: produção industrial, produção em ateliers de costura, produção em casa e improviso circunstancial, sendo que os prémios vão dos 500 aos 5 mil euros. O júri – que será composto por elementos do grupo de voluntários e pelos principais patrocinadores – atribuirá ainda um prémio no valor de 15 mil euros a um projecto considerado excepcional.

As candidaturas estão a decorrer até ao dia 30 de junho no site do concurso. Todo o processo será acompanhado pelo T Jornal, media partner da iniciativa.

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