Bebiana Rocha
O CEO da Lameirinho, Paulo Coelho Lima, e o CEO da Petratex, Sérgio Neto, foram destacados na revista de negócios Millestone. A publicação internacional, que tem sede em Estocolmo, fez um perfil dos empresários e relevou a qualidade dos têxteis portugueses.
“A indústria têxtil portuguesa resistiu muito bem durante a crise do Covid, em grande parte graças à sua resilência, flexibilidade e boas práticas de negócios. A empresa têxtil Lameirinho é um exemplo brilhante da atitude de nunca deixar morrer o sector”, lê-se na introdução da têxtil-lar.
A publicação destaca o espírito de luta dos fabricantes têxteis portugueses e a capacidade de afastarem a concorrência asiática ao longo da última década apostando na educação, empatia, ética e no espírito de família.
“Uma empresa têxtil que resume esse espírito de família é a Lameirinho. Fundada em 1948, por Joaquim Martins Coelho Lima, começou apenas com dois teares. Agora opera 172. O neto de Joaquim, Paulo, é o atual CEO, que carrega a tocha da família e supervisiona tudo desde a tecelagem às etapas de envio”, lê-se na publicação.
Em entrevista, Paulo Coelho Lima sublinha a verticalidade da empresa, que produz roupa de cama em linho premium do inicio ao fim: “só precisamos de comprar o fio – fazemos tudo, desde a tecelagem ao envio, tudo é feito em Portugal. O que nos diferenciada dos nossos concorrentes”.
O “espírito pioneiro e o compromisso com a inovação” da Petratex também é reconhecido pela Millestone Magazine. A empresa que começou a sua atividade na camisaria é agora líder na roupa desportiva.
“Em 2000, a Petratex revolucionou o sector introduzindo uma técnica de colagem para peças que unia os tecidos sem depender da costura tradicional. Este salto tecnológico foi decisivo para a empresa aventurar-se no mundo das roupas de alto desempenho”; diz, dando como exemplo a aposta em equipamentos para os Jogos Olímpicos.
Mas não é só a bandeira da inovação que carrega, também segura a bússola da sustentabilidade: “atualmente, a Petratex tem uma taxa de reciclagem de 90%”, precisa Sérgio Neto, e a preocupação por acompanhar as tendências digitais, investindo na indústria 4.0.