26 julho 21
Inovação

Cláudia Azevedo Lopes

Inovafil em consórcio que estuda fluidos não newtonianos

A Inovafil, em parceria com o CeNTI e com o CITEVE e num consórcio liderado pela TMG, está a estudar fluidos não newtonianos, característicos pela sua flexibilidade, para inserção no interior das fibras. O objetivo é desenvolver fibras para a produção de equipamentos de proteção individual e workwear. Os fluidos não-newtonianos têm uma viscosidade que varia conforme a pressão aplicada sobre a matéria.

“Os fluidos não newtonianos funcionam como a areia: se lhe espetarmos um dedo ela cede e o dedo entra no material. No entanto se lhe dermos um murro, ou seja, quando sujeita a impacto, ela fica rígida”, explica o CEO da Inovafil, Rui Martins. Uma tecnologia já está a ser aplicada em caneleiras de futebol ou nas proteções dos motociclistas, que são flexíveis mas que enrijecem com o impacto, fornecendo proteção. Agora, o objetivo do consórcio é aplicar esta tecnologia nas fibras têxteis.

“Isto pode significar grandes avanços na área dos têxteis de proteção. Mais conforto a peças que forçosamente têm de ser rígidas para serem seguras. Dizia-nos aqui há tempos uma pessoa da área militar: o polícia já tem um colete à prova de bala. A bala já não entra e já não mata o polícia. Agora o problema é que ele tem de correr atrás do ladrão e com um colete muito pesado, torna-se mais difícil”, brinca Rui Martins.

O futuro é, segundo o CEO, é desenvolver um colete com uma estrutura têxtil, ou têxtil com um polímero associado, com recurso a fluidos não newtonianos, o que vai permitir que o mesmo seja mais fino, mais leve e, consequentemente, mais confortável, mas que assegure a mesma proteção balística.

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