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Em vez de ITV, o professor Augusto Mateus prefere falar de Indústrias e Atividades da Moda, e não tem dúvidas de que terão um papel central nos desafios que se colocam à sociedade global. Portugal pode ter orgulho na história da sua têxtil, um sector que pode ser campeão na tarefa de recuperação que o mundo tem pela frente.
Convidado como key speaker do Simpósio que deu corpo à 25ª edição do Fórum da Indústria Têxtil, o reconhecido professor e consultor na área económica, quis deixar claro o papel de centralidade que o têxtil, na sua vertente mais moderna e tecnológica, terá que assumir perante as mudanças a que assiste o mundo globalizado.
“As têxteis são indústrias eternas e se souberam torna-se transversais podem ser campeãs nos grandes desafios societários que estamos a viver”, disse Augusto Mateus. Desafios que decorrem não só da globalização e da inevitável digitalização da economia, mas também dos novos valores e tendências e valores como a sustentabilidade, circularidade e novas tecnologias.
Valores e tendência que designou como jazidas de riqueza e de atração de valor. Para aceder a essas jazidas, os operadores económicos terão, por isso, que ser rápidos – “não e pode ser competitivo e criar riqueza sem ser rápido” – e avançar na transformação dos seus modelos de produção e de negócio. “É preciso muita ousadia, a pandemia veio acelerar um processo de modernização tecnológica que já estava em curso mas é tempo de fazer já aquilo que em condições normais faríamos daqui a 20 ou 30 anos”, aconselhou o professor.
Mais do que aquilo que já é, o têxtil vai ter uma centralidade crescente na vida moderna. Já não é o sector que produz vestuário e graças à sua crescente tecnicidade esta cada vez mais presenta na saúde, no automóvel e na qualidade de vida. E Augusto Mateus chamou ainda a atenção para a importância do papel que as nossas casas vão passar a ter nas nossas vidas como consequência da pandemia. E alertou que este pode ser o caminho para uma das tais jazidas.
Também por isso, por este lado tecnológico e inovador, eixou um amoque para “aqueles que estupidamente ainda falam do têxtil com um sector antigo e tradicional”. Pelo contrário, é hoje “um conjunto de actividades que estão no coração da inovação e modernidade”, concluiu.