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Parecem ter sido exageradas as críticas que envolveram o racional de negócio da Inditex no final do ano passado, quando os analistas consideraram que, num momento de viragem do mercado, o gigante da moda estava a dar mostras de não conseguir responder aos desafios que se colocavam no setor.
A resposta do grupo fundado por Amancio Ortega não podia ser mais clara: a Inditex recuperou ritmo no primeiro trimestre de 2019 (fevereiro a abril) e apresentou um aumento de 10% ao nível dos lucros líquidos (que ascenderam aos 734 milhões de euros, contra os 668 milhões no mesmo período ano anterior), enquanto o volume de negócios cresceu 5%, para 5.927 milhões de euros.
Números que o mercado considerou muito interessantes, até porque foram conseguidos num quadro em que “as vendas na segunda metade do trimestre foram afetadas por condições climáticas adversas”, conforme comunicado oficial enviado pelo grupo à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) – e depois de alguma concorrência ter apresentado contas bem menos expansionistas.
O lucro operacional bruto (EBITDA) da Inditex no primeiro trimestre foi de 1.675 milhões de euros (1.125 milhões no primeiro trimestre de 2018), para um EBIT de 980 milhões de euros (851 milhões no mesmo período do ano passado). A margem bruta atingiu 3.524 milhões de euros, 6% mais que no mesmo período do ano anterior, tendo atingido os 59,5% das vendas (contra 58,9% no período homólogo). Este valor é um dos que o mercado mais leva em consideração: a Inditex era alvo de críticas por as suas margens brutas estarem abaixo de alguma concorrência (H&M e Tendam, por exemplo), dando mostras de ter chegado ao limite do crescimento, mas afinal não era assim.
Recorde-se que, em abril passado, o grupo distribuiu um total de 32 milhões de euros entre os cerca de 92 mil trabalhadores – como parte de um plano de participação nos lucros que, em dois anos, distribuiu 153 milhões entre todos que trabalham nas diversas empresas do seu universo.