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Quase 1.500 fornecedores e 6.600 fábricas envolvidas devem alinhar com o compromisso de sustentabilidade assumido pelo presidente da Inditex, Pablo Isla, na última assembleia geral: dentro de cinco anos, todas as compras em outsourcing do gigante galego serão feitas em unidades industriais sustentáveis.
Para além do alinhamento da Inditex com a agenda do Acordo de Paris, o grupo quer também, por esta via, o controlo dos custos – só possível através de uma mais ampla conexão entre os vários agentes da cadeia de fornecimento (que implica também a aposta na indústria 4.0). E a Inditex deixa um desafio exigente: as empresas que não se adaptarem terão de deixar a cadeia de fornecimento da Inditex.
2025 é o ano da mudança: até essa altura, todas a produção do grupo (que estará por volta dos dois mil milhões de peças por ano) será feita em materiais sustentáveis. Em 2018, a Inditex produziu um total de 136 milhões de peças de vestuário sob os padrões da sua etiqueta Join Life, o que implica o uso de materiais de fontes sustentáveis e a produção sob padrões ambientais e de trabalho elevados. Apesar de representar apenas 8,5% do total da produção, o número foi quase o dobro do ano anterior e em cinco ano deve ser a totalidade.
O desafio ‘atira’ pressão sobre todo o ecossistema de fornecedores, dando algumas vantagens àqueles que já se prepararam para a produção sustentável e a certificaram. “ É um objetivo para a Inditex, mas também para toda a indústria, e ajudará a aumentar a consciencialização de uma parte da cadeia que ainda não a tem” , explica um dos responsáveis pelo projeto.
Neste momento, fabricar de maneira sustentável é mais caro do que fazê-lo de forma convencional (cerca de 7% em média), mas os especialistas afirmam que a diferença está a diminuir. A aposta da Inditex abre uma nova fase para o setor, com um maior equilíbrio entre proximidade e distância e com um maior grau de automação e robotização. Essa mudança de paradigma, considera o grupo, causará uma reorganização do setor e, consequentemente, uma maior concentração, com menos fabricantes, mas cada vez mais e melhor preparado.