13 julho 20
Indústria

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Inditex: produção é cada vez mais asiática

O grupo Inditex tem vindo a aumentar a exposição à produção dos países asiáticos e a diminuir o peso da produção de proximidade: em 2019, apenas 54% do total da produção destinada ao gigante de origem galega estava localizados em Espanha, Portugal, Turquia e Marrocos, em comparação com os 60% de 2015. Ou seja, a produção de proximidade – onde se inclui o próprio país de origem – está cada vez mais longe de representar sequer metade da produção da Inditex.

Estes valores são anteriores à pandemia de Covid-19, pelo que os valores apurados para 2020 podem ser substancialmente diferentes. É que um dos problemas subjacentes à crise foi precisamente a evidência de que as cadeias de fornecimento demasiado longas podem, perante um problema (como por exemplo este que o mundo está a viver), ser difíceis de gerir ou mesmo, como sucedeu, impossíveis de manter.

Vários gigantes internacionais do vestuário e da moda têm dito nos últimos meses que vão regressar à produção de proximidade precisamente para se defenderem dos problemas que ficaram agora evidentes. Nesse quadro, Portugal pode vir a beneficiar desse regresso ao primado da proximidade, como têm dito vários responsáveis e empresários ouvidos pelo T Jornal.

E o grupo Inditex – que nunca abandonou as encomendas à produção nacional, mesmo que já não chegue aos volumes de outros tempos – pode ser um deles. Até porque, dizem as empresas, o aumento do peso das vendas online obrigará a uma nova abordagem à questão da produção de proximidade: a necessidade de manter o ritmo de entregas num muito curto espaço de tempo induz a proximidade em detrimento das cadeias de fornecimento longas, por muito que elas permitam uma gestão mais confortável das margens brutas e dos lucros líquidos.

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