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No dia seguinte ao anúncio de que o CEO do grupo Inditex, Pablo Isla, estava de saída e seria substituído por Marta Ortega, filha do fundador e maior acionista, o mercado de capitais foi particularmente severo: os títulos da holding caíram 6,1% e o grupo perdeu de um momento para o outro 5,6 mil milhões de euros.
Logo na abertura do mercado o grupo estava a perder 5%, dando mostras de que os investidores têm algumas dúvidas sobre os benefícios que o afastamento de Pablo Isla – por muitos considerado o melhor gestor de Espanha – pode aportar ao grupo. É claro que a Inditex nunca deixou de ser um grupo familiar e, nesse contexto, a liderança de topo estar nas mãos da família fundadora é normal, mas os investidores não terão gostado de ver Pablo Isla sair e Marta Ortega assumir funções de presidente do conselho e Óscar García Maceiras de CEO.
A cotação nunca mais recuperou: pelo contrário, fechou a cair 6,1%, arrastando o índice Ibex35, um dos mais importantes da Europa, para terreno negativo, com um deslize de 1,78%.
Segundo a imprensa espanhola, os analistas criticaram o momento da decisão – preparar a recuperação do hiato da pandemia – que surpreendeu o mercado, embora a maioria não preveja mudanças na estratégia da empresa.
Em maio de 2005, a Inditex anunciou a incorporação de Pablo Isla, então presidente da Altadis, como o novo CEO. O objetivo, explicou a empresa na altura, era orientar “o crescimento futuro” do grupo, liderado por uma “nova geração de administradores”. A Inditex era então um grupo com um portfólio de oito cadeias marcas, com presença em 62 países, 2.692 lojas, um volume de negócios de 6.741 milhões de euros e lucros de 803,2 milhões.
Em 2019, o último ano ‘normal’, a Inditex faturou 28.286 milhões de euros (quatro vezes mais que em 2005), lucrou 3.639 milhões (353% mais do que quando Isla chegou), tinha 7.469 lojas (quase cinco mil a mais) e empregava 176.611 pessoas (118.421 a mais que em 2005).