15 março 23
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Inditex à descoberta da América: Europa perde peso

Pela primeira vez, a América supera a Ásia e o resto do mundo no agregado das vendas do grupo Inditex. A Europa não é exceção: as sanções lançadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia afetaram os crescentes negócios do gigante espanhol na Rússia. São os Estados Unidos que saem a ganhar.

O grupo fechou o ano passado com cerca de 20% do seu volume de negócios concentrado na América, o que representa uma subida de 2,5 pontos percentuais face ao ano anterior. Ao contrário, a Europa (sem a Espanha) perdeu peso: passou de 48,4% para 47,5% dos negócios do grupo galego. A Ásia e resto do mundo seguem o mesmo registo passaram de 19,7% para os 18,1% do negócio total. A Espanha, o seu mercado interno, permanece nos 14,4%.

O grupo destacou que as vendas em 2022 cresceram em todas as geografias, tanto nas lojas físicas como no online, e admitiu que a estratégia na América, e principalmente nos Estados Unidos, tem sido um dos eixos do crescimento dos seus interesses ‘planetários’.

O mercado norte-americano já se tornou o segundo mais importante para a empresa (atrás apenas de Espanha), apesar de só ter presença física com a Zara, a sua cadeia estrela. A Inditex fechou o ano de 2022 com 98 lojas nos Estados Unidos, uma a menos que no ano anterior, mas lançou um pipeline intenso de aberturas no país.

O grupo prevê dez novas inaugurações no país (em cidades como Nova Iorque, Los Angeles, Miami, Chicago, Boston, Dallas, Austin e Las Vegas) no período 2023-2025, além de treze reformas ou ampliações de lojas já existentes. A presença online na América conta com outras marcas do grupo, o que leva os analistas a anteciparem que também fisicamente acabarão por atravessar o oceano.

Mas a aposta ali tem concorrência: o grupo destacou, na apresentação dos resultados de 2022, que “de cada cem euros gastos em moda nos Estados Unidos, apenas 50 cêntimos nos chegam”, o que representa uma quota de mercado de 0,5%, para destacar a sua capacidade de crescimento no país.

Da mesma forma, a Inditex indicou que a China foi um mercado “muito desafiador” para o grupo em 2022, “mas continuamos confiantes nas oportunidades de longo prazo”. “É um mercado ‘core’” para o grupo, destacou Oscar García Maceiras, CEO do grupo.

O grupo fechou o exercício de 2022 com um volume de negócios recorde, que pela primeira vez ultrapassou os 30 mil milhões de euros (quase 32,6 mil milhões), e um lucro líquido que, pela primeira vez, ultrapassou os quatro mil milhões (4,13 mil milhões). Um aumento face a 2021 de 17,5% e de 27%, respetivamente.

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