18 novembro 22
Marcas

Maria Monteiro

H&M recebe mais uma acusação de greenwashing

A gigante sueca H&M recebeu uma ação que a acusa de práticas de greenwashing: a Classaction.org afirma que a coleção ‘Conscious Choise’, ecologicamente sustentáveis por via do uso de poliéster reciclado é afinal um plástico descartável que provavelmente acabará em aterros sanitários porque as suas fibras são enfraquecidas pela reciclagem mecânica.

O termo greenwashing usa-se quando uma empresa usa alegações enganosas ou falsas para sugerir que está a fazer mais pelo meio ambiente do que de facto está. De acordo com Classaction.org, este método de reciclagem de garrafas plásticas PET “é problemático de várias formas”. Além disso, a organização sustenta que a coleção tem um percentual maior de fibras sintéticas, 72%, do que a coleção principal da H&M, na qual as fibras sintéticas representam 61%.

A associação norte-americana também observa que a H&M está a cobrar mais por esta coleção: o mercado “confiou nas declarações falsas e enganosas da H&M ao comprar os produtos a um preço mais alto do que alternativas que não são apresentadas como conscientes, sustentáveis ou ecológicas”, afirma o processo.

Apontada como uma das empresas de moda que mais campanhas sobre sustentabilidade divulga, o certo é que já não é a primeira vez que é apontada como prevaricadora: foi recentemente revelado que um vestido da H&M tinha uma etiqueta onde dizia que tinha sido feito com menos 20% de água, o que na verdade veio a revelar-se falso.

Não é primeira vez que o grupo sueco é acusado de greenwashing: em agosto deste ano, recebeu outra ação coletiva por publicidade enganosa, onde era acusada de inserir scorecards ambientais para produtos sustentáveis na rotulagem e embalagem de centenas de roupas, incluindo informações falsificadas que não correspondiam aos dados subjacentes. Em setembro, prometeu à Autoridade Holandes para Consumidores e Mercados (ACM) “conformar ou parar de fazer qualquer alegação sustentável em relação ao seu produto ou site”. Além disso, o grupo doou 500 mil euros a “causas que apostam na sustentabilidade na indústria da moda”, com o objetivo de “compensar as suas declarações pouco claras e não baseadas em factos”.

Partilhar