José Augusto Moreira
em Xangai
Fornecedor das maiores marcas e fabricantes de estofos de todo mundo, o Grupo Elastron está entre os maiores do sector na Europa e tem sido por estes dias uma das mais destacadas presenças na Intertextil Shanghai Home Textiles, a gigantesca feira que termina hoje, sexta feira na capital de negócios da China.
Com um dos maiores stands e em posição privilegiada entre os mais de mil expositores, o grupo português teve também honras de receber uma das poucas paragens na visita da comitiva VIP que a organização efectuou logo na aberturada feira, na quarta-feira (na foto, registo do momento em que José Carlos Oliveira, CEO da Elastron, se dirigia ao grupo de visitantes). O grupo português integrou também o programa de visitas-guiadas pelas arquitectas Christina Biasi-Von Berg e Monoka Lepel pelas marcas mais representativas.
Mas para lá do destaque dado pelos responsáveis oficiais daquela que é a maior e mais importante feira em todo o mundo para o setor, nota-se também em Shanghai o prestígio e visibilidade de que goza a marca portuguesa e que faz com que os seus representantes não tenham mãos a medir.
“Fornecemos todas as maiores marcas e fabricantes de sofás, temos produtos que nos diferenciam pelas suas qualidades e também uma quantidade e variedade difícil de igualar”, explica o líder do grupo que opera a partir de Paços de Ferreira.
Com um crescimento fulminante iniciado já nesta década, a Elastron tem hoje unidades na China, Alemanha e Espanha, para lá da empresa-mãe em Portugal, hoje com sede em Paços de Ferreira mas mantendo também as instalações onde tudo começou, em Gulpilhares, Gaia.
Com 40 anos de vida e um início ligado ao fornecimento de peles para a indústria do calçado, que importava de Itália, a Elastron abriu-se literalmente ao mundo quando José Carlos olhou para a China com os olhos no futuro. Tinha acabado o curso de Gestão, estava há dois anos a trabalhar num banco, e achou que era altura de se dedicar à empresa fundada pelo pai.
“Em vez de ir de férias para o Brasil, fui ver o que se fazia no mundo das peles. Peguei na mochila, passei primeiro pela Índia e vim depois para a China. Foi há 15 anos e na altura a China estava longe de ser o que é hoje, foi preciso partir muita pedra, mas como já tinha experiência de peles, colhi as amostras certas e a partir daí desenvolvi artigos que não existiam no mercado”, explica José Carlos, que logo depois viu o irmão Humberto juntar-se-lhe na gestão da empresa.
Com I&D própria e a fabricar na China, “até aqueles que eram os meus habituais fornecedores de Itália, Espanha e Alemanha passaram a ser nossos clientes”, sublinha o CEO para explicar o crescimento explosivo da empresa a partir do início desta década. Às peles – sintéticas e naturais – juntaram-se os tecidos e ao calçado a indústria dos estofos (incluindo os setores automóvel e barcos) passando rapidamente do mercado interno a operar à escala global.
Exportando para mais de 70 países, a Elastron é hoje símbolo de produtos únicos e de qualidade diferenciada. Características como o efeito anti-abrasivo, hidrorepelência, ou limpeza apenas com água, associadas à disponibilidade e rapidez na entrega fazem a diferença.
Às unidade na China (Tongxiang), Alemanha (Bielefeld) e Espanha (Murcia) – em Portugal tem também armazéns em Felgueiras e São João da Madeira -, junta a disponibilidade permanente de milhares de catálogos com mais de 2.000 mil referências de cores para estofos e mais de 1.500 para calçado. “Tudo para entrega imediata, temos mais de três milhões de metros lineares em stock”, especifica José Carlos Oliveira.
Nas contas, desde 2011 que e Elastron tem crescido a um ritmo avassalador. Passou de vendas de 1,2 milhões de euros para os mais de 50 milhões previstos para o fecho deste ano, sendo que em alguns destes anos as receitas mais que duplicaram. Números que no ano passado levaram a London Stock Exchange a incluir a Elastron na lista das 10 empresas mais inspiradoras em Portugal. Quanto a trabalhadores, eram menos de uma dezena no início da década e são já mais de 180 (cerca de 100 em Portugal).
Os principais clientes estão no setor dos estofos (85%) e a exportação representa já mais de 60% das vendas, com a Europa (cerca de 80%) como destino prioritário.