01 junho 21
Moda

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Governo mexicano acusa Zara de apropriação cultural

O Ministério da Cultura do México acusou as marcas Zara, Anthropologie e Patowl de se apropriarem indevidamente de elementos da cultura indígena mexicana. Em causa está o uso de símbolos das comunidades de Oaxaca em algumas das suas peças de roupa. “É um principio de consideração e ética que nos obriga a chamar à atenção e a colocar em discussão pública a proteção dos direitos dos povos indígenas, que historicamente foram invisíveis”, lê-se nas cartas assinadas por Alejandra Frausto, Ministra da Cultura do México.

Na carta dirigida à Zara, a multinacional espanhola é acusada de incorporar elementos da cultura Mixtec no cinto de um dos seus vestidos Midi. Típico do município de San Juan Colorado, o Huipil é tecido num tear “backstrap” e “reflete símbolos ancestrais relacionados com o meio ambiente, história e visão da comunidade”, podendo demorar mais de um mês a ficar pronto.

Outra das peças apontadas pelas autoridades mexicanas como plágio são uns calções da coleção Daily Practise by Anthropologie, muito semelhantes em termos de detalhes com a cultura e identidade do povo Mixe, de Santa María Tlahuitoltepec. Já a Patowl tem várias t-shirts estampadas que são “uma cópia fiel do vestuário tradicional dos índios zapotecas da comunidade de San Antonino Castillo Velasco”, acusa o ministério.

O órgão encarregue pela preservação, difusão e promoção do património do povo mexicano termina com um apelo à igualdade perante criadores, empresários e designers e insta ao respeito pelo trabalho das comunidades indígenas.

Esta não é a primeira chamada de atenção por parte da ministra da Cultura: em 2019 Carolina Herrera tinha sido igualmente acusada de reproduzir bordados coloridos típicos da comunidade Tenango; e o ano passado foi a vez das espanholas Mango e Rapsodia por uso indevido de desenhos mexicanos.

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