10 outubro 22
Economia

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FMI antecipa um novo corte no crescimento mundial

FMI e Banco Mundial organizam esta semana em Washington a sua reunião anual, onde são esperados ministros das Finanças de 180 países, mas a principal conclusão do encontro já é conhecida: as duas entidades vão antecipar mais um corte nas previsões de crescimento do PIB mundial, a terceira consecutiva.

Na sua última intervenção pública, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, antecipou o desastre eminente: o cenário é péssimo e “tudo vai depender das decisões que tomarmos agora”, alertou. Paralelamente, FMI e Banco Mundial insistirão na evidência do aumento dos riscos de recessão – que segundo alguns economistas, nomeadamente Nouriel Roubini (que antecipou a crise de 2007), será “profunda e demorada”.

Georgieva afirmou que a única saída será construir “um novo tecido económico e social, mais forte e resistente às tensões que o mundo atravessa hoje em dia”. Num contexto em que “estamos a viver uma mudança fundamental na economia mundial” é urgente “estabilizar a economia” que “devido à diminuição dos rendimentos reais e ao aumento dos preços” deverá perder uma produção global de cerca de quatro biliões de dólares entre 2022 e 2026.

Como medidas de contingência, o FMI encoraja a continuidade do combate à inflação, mas sugere que o ponto exato deve ser encontrado: um aperto insuficiente faria com que a inflação se instalasse, enquanto um aperto excessivo induzirá uma recessão prolongada.

Neste quadro, Kristalina Georgieva juntou-se à intenção dos governadores dos bancos centrais globais Christine Lagarde (BCE) e Jerome Powell (Reserva Federal), segundo os quais o aumento das taxas de juro tem que continuar, mesmo que isso leve a uma desaceleração económica e cause “sofrimento a curto prazo”.

A segunda prioridade imediata é uma política fiscal responsável. O FMI diz que as medidas não podem ser apenas temporárias e devem ser focadas nas famílias de menor rendimento. Finalmente, a terceira prioridade é em relação às economias emergentes, que segundo aquela instituição vão sofrer um forte impacto ao nível do aumento das suas dívidas – que devem ser olhadas de outra forma pelos países desenvolvidos.

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