06 abril 23
Sustentabilidade

Ana Rodrigues

Fios da Filasa são rastreáveis da árvore até ao produto final

A Filasa, numa parceria pioneira com a Eastman, desenvolveu fios com a fibra celulósica ‘naia renew’, uma fibra com polpa de madeira que é rastreável desde a árvore até ao produto final. “Utilizámos a tecnologia air-jet nos primeiros desenvolvimentos, o que resultou num fio ideal para malhas”, contou Rita Monteiro, Designer Têxtil e Comunicação da Filasa, ao T Jornal.

A ‘naia renew’ é uma fibra celulósica “produzida num sistema químico de ciclo fechado a partir de 60% de polpa de madeira e 40% de poliéster reciclado”, explicou a designer têxtil. Nesse sentido, os fios produzidos com esta fibra “trazem luxo, conforto e facilidade de cuidado conectado com a sustentabilidade e a necessidade de redução da pegada ecológica do mundo da moda e dos têxteis-lar”, acrescentou ainda.

Da parceria requisitada pela empresa norte-americana Eastman à Filasa com a intenção de expandir o mercado em Portugal, resultou a produção de fios através da naia renew’. “Atualmente utilizamo-la em todos os nossos sistemas de fiação e para todas as finalidades e com resultados muito satisfatórios”, revelou.

Podendo ser “misturada com várias matérias-primas, desde o lyocell, ao modal, ao poliéster reciclado e tornando-se muito versátil para qualquer produto final”, a polpa de madeira utilizada na fibra é proveniente de florestas de eucalipto e pinheiro geridas de forma responsável, o que permite a rastreabilidade da fibra desde a origem até ao produto final.

Com a sua presença nas últimas edições da Première Vision Paris e do MODTISSIMO, a Filasa já mostrou a sua aposta sustentável, sobretudo com “fios produzidos à base de resíduos da indústria alimentar e farmacêutica, nomeadamente laranja, cogumelos, leite e menta”, salientou Rita Monteiro. Através de um processo ecológico, estes resíduos são transformados numa polpa, dando origem a uma viscose que, “como é caso do leite e da menta, tem características antibacterianas, por exemplo”.

Para 2023, a Filasa continua a elaboração da nova coleção “ainda dentro do mesmo conceito de desenvolvimento sustentável, onde apresentamos ainda mais fios bio-based e a partir de excedentes das diferentes indústrias”, conclui Rita Monteiro.

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